Novo presidente do Coaf prevê 2 ajustes para combater crime organizado

Daqui a poucos dias, em 1° de julho, o delegado da Polícia Federal (PF) Ricardo Saadi assume a presidência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O servidor já indicou que pedirá a ampliação do atual quadro de funcionários do conselho, hoje com 100 colaboradores, para que haja maior alcance nas atividades de prevenção e combate à lavagem de dinheiro por meio de relatórios.

Saadi teve papel relevante na gestão do atual diretor-geral da PF, Andrei Passos, ao ocupar o cargo de diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado e à Corrupção. Com a nova função — agora à frente do Coaf, órgão do qual já foi conselheiro —, o delegado já sinalizou o desejo de reforçar a equipe. Ele é elogiado pela cúpula da PF.

O quadro atual conta com 100 pessoas, maior parte em funções administrativas e outra divisão na análise propriamente dita. Ao decorrer do seminário do Instituto Esfera, realizado no Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), em Brasília, na manhã dessa quarta-feira (25/6), o novo presidente do conselho apontou a necessidade de reforço para atender à crescente demanda — até porque todos os funcionários são cedidos por outros órgãos públicos.

Saadi destacou dois “gargalos” que pretende pleitear aos superiores: a criação de uma carreira própria para analistas do Coaf e o investimento em tecnologia, uma vez que o sistema utilizado atualmente estaria defasado.

“A maioria dos analistas está cedida por outras instituições — e muitas dessas pessoas, inclusive, estão ali em treinamento, para depois retornarem às suas instituições com mais conhecimento sobre o fluxo de informações. Ou seja, a qualidade da análise nem sempre é a ideal”, disse Saadi no seminário, que reuniu autoridades como o ministro Gilmar Mendes e o procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Segundo o delegado, a superação desses dois entraves pode permitir ao Coaf gerar relatórios mais precisos e relevantes. Os números refletem a pressão sobre o órgão: em nove anos, o volume de operações cresceu 766,6%. Apenas no ano passado, o conselho recebeu 7,5 milhões de comunicações.

O estudo que norteou o seminário — produzido em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública — reforça que, para fortalecer o combate ao crime organizado no campo financeiro, o Coaf precisaria ser “bombado” com melhorias estruturais e operacionais.

Nova gestão

Saadi foi escolhido pelo Banco Central (BC) para assumir a presidência do Coaf. Ele substitui Ricardo Liáo, que chefiava o órgão desde agosto de 2019 e pediu para sair.

Em nota, o BC afirmou que a experiência de Saadi “contribuirá para a missão do Coaf de produzir inteligência financeira e supervisionar setores econômicos para proteção da sociedade contra a lavagem de dinheiro, o financiamento do terrorismo e a proliferação de armas de destruição em massa”.

O Coaf é a unidade de inteligência financeira do Brasil. Trata-se de uma autoridade administrativa, central e independente, que recebe e analisa dados do setor financeiro e de outros segmentos da economia.

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