A Azul, uma das três principais companhias aéreas do Brasil, apresentou à Justiça de Nova York, na última terça-feira (16/9), um plano de reestruturação no âmbito do processo de recuperação judicial da empresa nos Estados Unidos.
A audiência de análise do caso está prevista para o dia 11 de dezembro. O prazo para a apresentação de objeções ao plano se encerra no dia 1º do mesmo mês.
No fim de maio, a Azul entrou com um pedido de recuperação judicial nos EUA, por meio do chamado Chapter 11 – mecanismo jurídico que permite a reorganização de dívidas de empresas em dificuldades financeiras.
A empresa optou pelos EUA por considerar a legislação do país mais flexível e também porque a maioria de seus credores é estrangeira – e grande parte dos contratos com os fornecedores têm como foro o estado de Nova York.
O que é recuperação judicial
- A recuperação judicial é um processo que permite às organizações renegociarem suas dívidas, evitando o encerramento das atividades, demissões ou falta de pagamento aos funcionários.
- Por meio desse instrumento, as empresas ficam desobrigadas de pagar aos credores por algum tempo, mas têm de apresentar um plano para acertar as contas e seguir em operação.
- Trata-se, basicamente, de uma tentativa de evitar a falência.
O que diz a Azul
A expectativa da companhia é a de que o processo de recuperação judicial nos EUA seja concluído no início de 2026.
Segundo a Azul, o processo envolve US$ 1,6 bilhão em financiamento e deve eliminar mais de US$ 2 bilhões em dívidas, além de US$ 950 milhões em possíveis novos aportes de capital no momento de saída da recuperação judicial.
Em julho, a Azul recebeu sinal verde da Justiça norte-americana para todas as demandas apresentadas a um tribunal local relativas ao plano de reestruturação financeira da companhia aérea.
“A aprovação dos pedidos, que já havia sido concedida interinamente na audiência de ‘Primeiro Dia’, garante a continuidade do processo, como planejado pela companhia, na trajetória rumo a uma reestruturação bem-sucedida”, informou a Azul, na época.
A Azul fechou acordos com parceiros considerados estratégicos no processo, como a United Airlines e a American Airlines, empresas aéreas norte-americanas que se comprometeram a apoiar a reestruturação da empresa brasileira.
As duas aéreas dos EUA devem aportar entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões para reforçar a liquidez.
“A Azul conseguiu alavancar o processo do Chapter 11 para transformar efetivamente seus negócios e simplificar seu balanço patrimonial”, diz a companhia em documento público que consta do site do processo.
“A Azul espera permanecer focada em manter a estrutura de custos competitiva obtida por meio de sua reorganização, a fim de melhorar sua posição financeira e buscar estabilidade e crescimento a longo prazo”, conclui a empresa.
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