A economia da Argentina recuou levemente no segundo trimestre deste ano, na comparação com os três primeiros meses de 2025, de acordo com dados divulgados nessa quarta-feira (17/9) pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec).
Segundo o levantamento, o Produto Interno Bruto (PIB) argentino registrou queda de 0,1% no período entre abril e junho de 2025, em relação aos três meses anteriores.
Foi a primeira variação negativa do PIB da Argentina desde o segundo trimestre do ano passado.
Na comparação com o segundo trimestre de 2024, a economia do país governado pelo ultraliberal Javier Milei avançou 6,3% – abaixo das estimativas do mercado, que eram de 6,5%.
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Principais dados
Em relação à demanda, a queda trimestral foi registrada nas exportações, com recuo de 2,2%, e no consumo privado, com baixa de 1,1%. Por outro lado, o consumo público teve crescimento de 1,1% no período.
Os números do Indec também mostram que o maior aumento foi observado na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mede o aumento de bens de capital das empresas – são ativos têm a função de produzir outros bens. Neste indicador, a alta foi de 32,1% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Também houve crescimento em segmentos como intermediação financeira (26,7%), hotéis e restaurantes (17%) e construção (10,6%).
Crise política
Os dados do PIB da Argentina são divulgados em meio a uma crise no governo Milei, que sofreu uma derrota importante nas eleições da província de Buenos Aires, no dia 7 de setembro.
A Força Nacional, coalizão peronista que faz oposição a Milei, venceu a disputa com cerca de 41%, ante 34% do partido La Libertad Avanza, do atual presidente.
A Argentina se prepara para as eleições legislativas, programadas para o fim de outubro, que são consideradas por alguns analistas uma espécie de “referendo” sobre o governo Milei.
Se, em outubro, houver uma derrota similar, analistas do mercado temem que o governo argentino terá dificuldade para prosseguir com as reformas econômicas em curso no país.
A Argentina passa por condições financeiras instáveis, com desvalorização do peso, queda da bolsa e denúncias de corrupção na administração. Acusações pesam, por exemplo, contra Karina Milei, irmã do presidente e secretária-geral da Presidência.
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