Europa: bolsas fecham sem direção única com acordo entre UE e EUA

Os principais índices das bolsas de valores da Europa fecharam mistas nesta quinta-feira (21/8), sem direção única, no dia em que foi formalizado o acordo comercial entre União Europeia (UE) e os Estados Unidos.


O que aconteceu

  • O índice Stoxx 600, que reúne ações de 600 empresas europeias listadas em bolsas, fechou em leve queda de 0,04%, aos 559 pontos, praticamente estável.
  • Na Bolsa de Frankfurt, na Alemanha, o índice DAX subiu 0,07%, aos 24,2 mil pontos, também perto da estabilidade.
  • Em Madri, o Ibex 35 fechou em ligeira alta de 0,08%, aos 15,3 mil pontos.
  • Na Bolsa de Paris, o índice CAC 40 recuou 0,44%, aos 7,9 mil pontos.
  • Em Londres, o índice FTSE 100 registrou ganhos de 0,23%, aos 9,3 mil pontos.

Acordo formalizado

Os investidores repercutiram, nesta quinta-feira, a formalização do acordo comercial entre UE e EUA, que havia sido anunciado no mês passado pelo presidente norte-americano Donald Trump e pela chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

O acordo entre o bloco europeu e a maior economia do mundo prevê uma tarifa comercial de 15% sobre a maioria das importações da UE, incluindo automóveis, produtos da indústria farmacêutica, semicondutores e madeira.

Em declaração conjunta, EUA e UE elencaram alguns compromissos assumidos – como a promessa dos europeus de acabar com as tarifas sobre os produtos industriais norte-americanos, além de fornecer acesso preferencial para uma série de frutos do mar e produtos agrícolas dos EUA. Washington, por sua vez, deve reduzir as atuais taxas de 27,5% impostas sobre veículos e peças automotivas.

Ainda segundo o documento divulgado nesta quinta, o acordo pode ser expandido ao longo do tempo para abranger áreas adicionais e facilitar ainda mais o acesso ao mercado de parte a parte.

Seminário do Fed

Nesta quinta-feira, as atenções do mercado europeu também estão voltadas ao Simpósio de Jackson Hole, conferência anual nos EUA que conta com a participação de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano), incluindo o presidente da autoridade monetária, Jerome Powell.

O Simpósio de Política Econômica do Fed acontece na região de Jackson Hole, em Wyoming. Trata-se de uma conferência promovida pela unidade regional de Kansas City do Fed sempre no fim das férias de verão.

No fim de julho, o Fed anunciou a manutenção dos juros básicos no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano. A próxima reunião do Fed para definir a taxa de juros acontece nos dias 16 e 17 de setembro.

O Índice de Preços ao Consumidor nos EUA (CPI, na sigla em inglês), que mede a inflação no país, ficou em 2,7% em julho, na base anual, mesmo resultado registrado em junho. Na comparação mensal, o índice foi de 0,2%, ante 0,3% em junho.

A meta de inflação nos EUA é de 2% ao ano. Embora não esteja nesse patamar, o índice vem se mantendo abaixo de 3% desde julho de 2024. A elevação da taxa de juros é o principal instrumento dos bancos centrais para conter a inflação.

Até o fim de 2025, o BC dos EUA tem programadas mais três reuniões de política monetária – em setembro, outubro e dezembro. Nas últimas semanas, ganhou força entre os analistas do mercado a tese de que o Fed deve começar a baixar os juros possivelmente a partir da próxima reunião, no mês que vem.

Na quarta-feira, a ata da última reunião do Fed apontou que os riscos de inflação são maiores do que as preocupações com o mercado de trabalho norte-americano. No mesmo dia, o presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a atacar o chefe do Fed, Jerome Powell, cobrando a queda dos juros.

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