O dólar operava em queda na tarde desta terça-feira (28/10), com os investidores voltando suas atenções para a decisão de política monetária nos Estados Unidos e a reunião entre o presidente norte-americano, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping, os grandes destaques desta semana sob a ótica do mercado.
Dólar
- Às 14h44, o dólar caía 0,2%, a R$ 5,359, praticamente estável.
 - Mais cedo, às 12h10, a moeda dos EUA recuava 0,08% e era negociada a R$ 5,366.
 - Na cotação máxima do dia até aqui, o dólar bateu R$ 5,388. A mínima é de R$ 5,357.
 - Na véspera, o dólar terminou a sessão em queda de 0,42%, cotado a R$ 5,37.
 - Com o resultado, a moeda norte-americana acumula ganhos de 0,89% no mês e perdas de 13,11% no ano frente ao real.
 
Ibovespa
- O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), que abriu em queda, mudou o sinal e passou a operar em alta no pregão.
 - Às 14h48, o Ibovespa avançava 0,54%, aos 147,7 mil pontos.
 - Na pontuação máxima do pregão até aqui, o índice cravou 147.810,55 pontos.
 - No dia anterior, o indicador fechou o pregão em alta de 0,55%, aos 146,9 mil pontos. Na máxima, o índice renovou seu recorde intradiário, cravando 147.976,99 pontos.
 - Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula altas de 0,5% em outubro e de 22,19% em 2025.
 
À espera do Fed
Os investidores aguardam mais uma reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), que começa nesta terça e termina na quarta-feira (29/10), quando será anunciada a taxa básica de juros.
Em sua última reunião, nos dias 16 e 17 de setembro, o Fed anunciou o corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, que passou a se situar no intervalo de 4% a 4,25% ao ano. Foi o primeiro corte de juros feito pela autoridade monetária norte-americana em 2025.
A expectativa majoritária do mercado é por mais um corte de 0,25 ponto percentual nos juros na reunião desta semana.
A taxa de juros é o principal instrumento dos bancos centrais para controlar a inflação. Em setembro, o Índice de Preços ao Consumidor nos EUA (CPI, na sigla em inglês), que mede a inflação nos EUA, ficou em 3%, na base anual, ante 2,9% registrados em agosto.
Na comparação mensal, o índice foi de 0,3%, ante 0,4% do mês anterior. A meta de inflação nos EUA é de 2% ao ano.
Na segunda-feira (27/10), o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, revelou os cinco nomes que estão disputando a indicação para a presidência do Fed, na sucessão do atual chefe da autoridade monetária, Jerome Powell – cujo mandato termina em maio de 2026.
Segundo Bessent, os cinco “finalistas” para disputar a indicação são os atuais membros do conselho do Fed Christopher Waller e Michelle Bowman; o ex-diretor do Fed Kevin Warsh; o diretor do Conselho Econômico Nacional os EUA, Kevin Hassett; e o executivo Rick Rieder, da gestora de ativos BlackRock.
Caberá ao presidente dos EUA, Donald Trump, fazer a indicação para a sucessão de Powell. O nome escolhido ainda terá de passar por uma sabatina no Senado norte-americano.
Acordo mais próximo entre EUA e China
Ainda no front internacional, aumentou o otimismo dos investidores em relação a um possível acordo comercial entre EUA e China. No domingo (26/10), o representante de Comércio Internacional da China, Li Chenggang, anunciou que Pequim e Washington teriam chegado a um entendimento “preliminar” após dias de conversas em Kuala Lumpur, na Malásia.
De acordo com informações da agência estatal de notícias Xinhua, o regime teria classificado as negociações com os norte-americanos como “construtivas”. “O próximo passo será que cada parte cumpra com seus respectivos procedimentos internos de aprovação”, afirmou o representante de comércio do governo da China.
Nessa segunda-feira, o próprio Trump disse que os dois países devem sacramentar um acordo comercial em breve. Em rápida conversa com jornalistas antes de embarcar no avião presidencial Força Aérea Um, rumo ao Japão, Trump fez elogios a Xi Jinping e demonstrou otimismo em relação ao avanço das negociações comerciais com Pequim.
“Tenho muito respeito pelo presidente Xi e acho que chegaremos a um acordo”, afirmou Trump sobre o encontro marcado para quinta-feira (30/10). “A reunião com a China está chegando e será muito interessante”, completou o presidente dos EUA.
Scott Bessent, por sua vez, confirmou que Washington e Pequim têm “uma estrutura muito bem-sucedida de acordo para os líderes discutirem na quinta-feira”.
Segundo Bessent, o possível entendimento entre os dois países adiaria os controles de exportação anunciados previamente pela China e evitaria novas tarifas de 100% sobre os produtos chineses, como chegou a ser anunciado pelos EUA.
EUA e Japão anunciam acordo
O mercado também repercute a notícia de que EUA e Japão assinaram um acordo a respeito da exploração e fornecimento de minerais essenciais e terras raras.
As terras raras, também chamadas de minerais críticos e estratégicos (MCEs), são um grupo de 17 elementos químicos essenciais para diversos produtos modernos – de smartphones e televisores a câmeras digitais e LEDs.
O acordo foi publicado no site da Casa Branca. O texto possui duas seções que contemplam mais de dez pontos que ficaram pré-acordados. Entre as questões contempladas, estão a segurança no suprimento, investimentos, seleção de projetos, financiamento e competição justa.
Conversas entre Brasil e EUA avançam
Os investidores também repercutem os desdobramentos da reunião do último domingo, na Malásia, entre Donald Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que abriu caminho para um possível acordo entre EUA e Brasil sobre as tarifas comerciais.
O Itamaraty divulgou uma foto da primeira reunião técnica entre os negociadores do Brasil e dos EUA para construção de um acordo sobre o tarifaço imposto a produtos brasileiros. “Em seguimento ao encontro entre os presidentes Lula e Donald Trump, na Malásia, delegações do Brasil e EUA reuniram-se em Kuala Lumpur na manhã de segunda-feira, dia 27, para iniciar o diálogo sobre as negociações relativas às medidas tarifárias adotadas pelos EUA”, escreveu o Itamaraty ao divulgar a imagem.
Participaram do encontro, pelo lado brasileiro, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira; o secretário-executivo do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Rosa; e o assessor-chefe adjunto da Assessoria Especial para Assuntos Internacionais, Audo Faleiro.










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