O dólar operava sob forte volatilidade na manhã desta quarta-feira (8/10), com as atenções do mercado financeiro ainda voltadas a Brasília, à espera da possível votação da Medida Provisória (MP) que define compensações ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
No cenário internacional, o destaque do dia fica por conta da divulgação da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos).
Dólar
- Às 9h20, o dólar caía 0,19%, a R$ 5,341.
- Mais cedo, às 9h11, a moeda norte-americana avançava 0,16% e era negociada a R$ 5,359.
- Na véspera, o dólar terminou a sessão em alta de 0,75%, cotado a R$ 5,351.
- Com o resultado, a moeda dos EUA acumula ganhos de 0,53% em outubro e perdas de 13,42% em 2025 frente ao real.
Ibovespa
- As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.
- No dia anterior, o indicador fechou o pregão em queda de 1,57%, aos 141,3 mil pontos.
- Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula baixa de 3,31% no mês e ganhos de 17,55% no ano.
“Corrida contra o tempo” para votação da MP do IOF
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adiou a votação da (MP nº 1.303/2025, alternativa ao aumento do IOF. O texto foi aprovado na tarde dessa terça-feira (7/10) pela comissão especial e seguiria para o plenário da Câmara, mas o receio de não obter votos suficientes fez o Executivo recuar.
O placar no colegiado foi de 13 a 12, decidido por um único voto. A base de apoio agora pretende contar voto por voto com deputados e senadores. O texto precisa ser analisado nas duas Casas até as 23h59 desta quarta-feira – caso contrário, perde a validade.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), foi pessoalmente ao Senado conversar com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), na tentativa de destravar a votação do texto.
Ainda assim, o governo sofreu derrota na comissão especial: a estimativa de arrecadação, antes prevista em R$ 20 bilhões para 2026, caiu para cerca de R$ 17 bilhões.
Aprovação de Lula
O mercado também repercute nesta quarta-feira os resultados da pesquisa Genial/Quaest, que mostram que a desaprovação do governo Lula atingiu 49%, enquanto a aprovação é de 48%. Os números configuram empate técnico dentro da margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O levantamento indica estabilidade em relação a setembro, quando 46% aprovavam e 51% desaprovavam o governo. Desde maio, Lula vinha apresentando uma recuperação gradual da popularidade: a aprovação era de 40% naquele mês, passou a 43% em julho e alcançou 46% em agosto. Já a desaprovação seguia tendência de queda, de 57% em maio para 53% em julho e 51% em agosto.
O apoio ao governo Lula continua mais forte no Nordeste, onde 62% dos entrevistados aprovam a gestão, contra 36% que desaprovam. No Sudeste, o cenário ainda é desfavorável ao presidente, mas houve leve melhora: 52% desaprovam e 44% aprovam, ante 55% e 41%, respectivamente, em setembro.
No Sul, 56% desaprovam e 41% aprovam, uma variação positiva em relação ao mês anterior (60% e 39%). Já nas regiões Centro-Oeste e Norte, a desaprovação passou de 52% para 55%, enquanto a aprovação oscilou de 45% para 44%.
Quando questionados sobre a avaliação geral da gestão, 37% dos entrevistados classificaram o governo como “negativo”, 33% como “positivo” e 27% como “regular”. Outros 3% não souberam ou não responderam. Em setembro, 38% avaliavam negativamente, 31% positivamente e 28% consideravam regular.
A pesquisa também perguntou se o governo Lula está melhor, igual ou pior do que o esperado. Para 45% dos entrevistados, a administração está pior; 28% afirmaram que está igual ao esperado, e 25% disseram que está melhor. O resultado mostra leve melhora na percepção em relação a setembro, quando 50% disseram que o governo estava pior, 27% igual e 21% melhor.
Ata do Fed nos EUA
No front externo, o maior foco de atenções dos investidores é a divulgação da ata da última reunião do Fed. Em setembro, a autoridade monetária dos EUA cortou a taxa de juros em 0,25 ponto percentual – ela agora está situada no intervalo entre 4% e 4,25% ao ano. Foi o primeiro corte de juros em 2025.
A expectativa dos analistas é a de que o documento traga algumas “pistas” sobre os próximos passos do BC norte-americano em relação aos juros da maior economia do mundo. A ata deve ganhar ainda mais importância em um cenário de falta de informações sobre outros indicadores econômicos por causa do “shutdown” – a paralisação de diversos setores do governo dos EUA. Na semana passada, por exemplo, o “payroll” (relatório oficial de emprego) não foi divulgado.
Além da publicação da ata do Fed, dois dirigentes da autoridade monetária devem se pronunciar nesta quarta-feira: Neel Kashkari, integrante votante do Fomc, e Michael Barr, vice-presidente de Supervisão do Fed, que participam de conferências.
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