Dólar e Bolsa sobem com reunião entre Trump e Zelensky nos EUA

O dólar operava em alta nesta segunda-feira (18/8), abrindo mais uma semana na qual as atenções do mercado seguem voltadas para as negociações envolvendo Estados Unidos, Rússia e Ucrânia em torno de um possível cessar-fogo no conflito entre russos e ucranianos.

Nesta segunda, com agenda econômica mais esvaziada, os investidores repercutem o encontro entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca.

Na última sexta-feira (15/8), Trump recebeu o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no Alaska (EUA). A conversa terminou sem o esperado anúncio de um cessar-fogo na guerra que já dura mais de três anos.

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Dólar

  • Às 14h01, o dólar subia 0,63%, a R$ 5,433.
  • Mais cedo, às 12h08, a moeda norte-americana avançava 0,37% e era negociada a R$ 5,419.
  • Na cotação máxima do dia até aqui, o dólar bateu R$ 5,435. A mínima é de R$ 5,404.
  • Na sexta-feira, o dólar fechou em queda de 0,35%, cotado a R$ 5,398.
  • Com o resultado, a moeda dos EUA acumula perdas de 3,62% no mês e de 12,64% no ano frente ao real.

Ibovespa

  • O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), operava em alta no pregão.
  • Às 14h11, o Ibovespa avançava 0,72%, aos 137,3 mil p0ntos.
  • No último pregão da semana passada, o indicador fechou em leve baixa de 0,01%, aos 136,3 mil pontos, praticamente estável.
  • Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula ganhos de 2,46% em agosto e de 13,35% em 2025.

Trump e Zelensky frente a frente

No encontro desta segunda-feira, em Washington, Zelensky será acompanhado por uma comitiva de líderes europeus na reunião com Trump. Até o momento, ao menos sete lideranças da Europa já confirmaram presença na reunião, entre as quais a primeira-ministra da Itália, Georgia Meloni; o presidente da França, Emmanuel Macron; o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz; o premiê do Reino Unido, Keir Starmer; e a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

A nova ida de Zelensky aos EUA acontece dias após o encontro entre Trump e Vladimir Putin, no Alasca. Apesar das expectativas iniciais, os dois saíram da reunião falando em diálogo, mas sem um acordo de cessar-fogo para o conflito que se arrasta por mais de três anos. Mesmo com as conversas entre Trump e Putin e as três rodadas de negociações diretas entre Rússia e Ucrânia, o fim do conflito parece distante.

A Rússia impôs uma série de condições para um cessar-fogo e o fim definitivo da guerra. Entre elas, que a Ucrânia ceda territórios perdidos desde 2022 e se afaste da influência da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Os pedidos, contudo, são vistos como inaceitáveis pelo presidente ucraniano e por lideranças europeias. Antes da viagem aos EUA, Von der Leyen declarou que a União Europeia (UE) busca uma paz que respeite a “integridade territorial” da Ucrânia.

No último encontro entre Trump e Zelensky, os dois líderes protagonizaram um bate-boca no Salão Oval da Casa Branca. Na época, o presidente ucraniano reclamou de posicionamentos do mandatário norte-americano e das sinalizações positivas enviadas à Putin.

Ao chegar a Washington, nesse domingo (17/8), Zelensky afirmou que “a Rússia precisa acabar com a guerra”. Em uma publicação no X (antigo Twitter), o líder ucraniano disse que estava grato a Trump pelo convite e que todos compartilham de “um forte desejo de encerrar esta guerra de forma rápida e confiável”.

Donald Trump, por sua vez, afirmou, também por meio das redes sociais, que o fim da guerra “quase imediatamente” vai depender de Zelensky. “O presidente da Ucrânia pode encerrar a guerra com a Rússia quase imediatamente, se quiser, ou pode continuar lutando”, escreveu Trump.

Relatório Focus

No cenário doméstico, o destaque fica por conta da divulgação dos dados do Relatório Focus, que reúne as projeções do mercado financeiro sobre indicadores econômicos do país.

Os analistas do mercado consultados pelo Banco Central (BC) reduziram a projeção de inflação de 2025 pela 12ª semana consecutiva. A estimativa passou de 5,05%, na semana passada, para 4,95%.

Com isso, as expectativas do mercado financeiro continuam se aproximando do teto da meta da inflação deste ano, que é de 4,5%. É a primeira vez, desde janeiro deste ano, que o mercado estima a inflação de 2025 para abaixo de 5% – naquele mês, a projeção foi de 4,99%.

Para 2026, a previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), termômetro oficial da inflação, também foi revisada para baixo, indo de 4,41% para 4,40%. As estimativas para 2027 e 2028 não foram alteradas em relação à semana anterior.

O Relatório de Mercado Focus resume as estatísticas calculadas considerando as expectativas de mercado financeiro coletadas até a sexta-feira imediatamente anterior à divulgação do documento.

O relatório traz a evolução gráfica e o comportamento semanal das projeções para índices de preços, atividade econômica, câmbio (dólar), taxa Selic, entre outros indicadores.

As projeções são do mercado, não do BC. A autoridade monetária só reúne e divulga os dados.

“Prévia” do PIB

Também nesta segunda-feira, foram divulgados os dados do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que mostram que a economia brasileira recuou 0,1% em junho, na comparação com o mês anterior. Este é o segundo resultado negativo do ano. O primeiro foi registrado em maio.

Para chegar ao resultado, o BC fez um ajuste sazonal (cálculo que remove as flutuações sazonais de uma série temporal para comparar períodos diferentes). Neste caso, a comparação foi feita com junho de 2024.

Por setores produtivos, a agropecuária registrou o pior desempenho no mês no IBC-Br, com recuo de 2,3%. A indústria caiu 0,1%, e os serviços tiveram resultado positivo no período, de 0,1%.

Em relação a junho do ano passado, o IBC-Br teve alta de 1,4%. Em 12 meses, o indicador do BC apresentou aumento de 3,9%. No ano, a chamada “prévia” do PIB registrou expansão de 3,2%. Todas essas variações foram calculadas sem ajustes sazonais.

Créditos da Noticias

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