O dólar operava em baixa nesta segunda-feira (4/8), em mais uma semana na qual os investidores monitoram as notícias a respeito do tarifaço comercial anunciado pelo governo dos Estados Unidos sobre diversos países, entre os quais o Brasil.
O mercado aguarda uma possível conversa entre os presidentes dos dois países, Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para discutir as tarifas de 50% aplicadas sobre grande parte dos produtos exportados pelo Brasil para os EUA.
No cenário doméstico, os investidores repercutem os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta segunda-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego, além de balanços financeiros de empresas importantes previstos para esta semana.
Dólar
- Às 15h10, o dólar caía 0,45%, a R$ 5,52.
- Mais cedo, às 11h46, a moeda norte-americana recuava 0,68% e era negociada a R$ 5,507.
- Na cotação máxima do dia até aqui, o dólar bateu R$ 5,543. A mínima é de R$ 5,496.
- Na última sexta-feira (1º/8), o dólar fechou em queda de 1,01%, cotado a R$ 5,545.
- Com o resultado, a moeda dos EUA acumula perdas de 1,01% em agosto e de 10,28% em 2025 frente ao real.
Ibovespa
- O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), operava em alta no pregão.
- Às 15h41, o Ibovespa avançava 0,27%, aos 132,7 mil pontos.
- No último pregão da semana passada, o indicador recuou 0,48%, aos 132,4 mil pontos.
- Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula queda de 0,48% no mês e alta de 10,1% no ano.
Tarifaço
Às vésperas da entrada em vigor do tarifaço comercial imposto pelo governo dos EUA, aumentou a expectativa dos investidores em relação a uma eventual conversa entre Donald Trump e Lula.
Na sexta-feira, o republicano afirmou que Lula pode falar com ele “quando quiser”. Trump declarou que está aberto ao contato de Lula, mas não poupou críticas ao governo brasileiro. Ao falar sobre as medidas comerciais, o presidente dos EUA disse que as pessoas que estão comandando o Brasil “fizeram a coisa errada”.
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Em resposta, Lula afirmou que sempre esteve aberto ao diálogo, mas que dará uma resposta à nova tarifa imposta pela Casa Branca aos produtos brasileiros. “Sempre estivemos abertos ao diálogo. Quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e suas instituições. Neste momento, estamos trabalhando para proteger a nossa economia, as empresas e os nossos trabalhadores, e dar as respostas às medidas tarifárias do governo norte-americano”, escreveu Lula na rede social X.
Caged
Nesta segunda-feira, o Ministério do Trabalho e Emprego anunciou os resultados do Caged. O Brasil abriu 1,22 milhão de vagas de emprego formal (ou seja, com carteira assinada) no primeiro semestre de 2025.
Trata-se do melhor resultado para o semestre desde 2024, quando o país abriu 1,31 milhão de novos empregos de acordo com a série histórica, iniciada em 2020. A marca recorde para o período é de 2021, com 1,48 milhão de postos abertos.
O saldo do acumulado de janeiro a junho é decorrente de 13.903.526 de contratações e 12.680.935 de demissões. Em relação ao mesmo período de 2024, quando o país criou 1,31 milhão de novas vagas, o número do semestre representa um recuo de 6,8%.
Somente em junho, o país abriu 166.621 mil vagas de emprego com carteira assinada, o que representa um crescimento de 8,77% em relação a maio (153.184) e uma queda de 19,2% frente ao mesmo mês de 2024 (206.310).
É o pior número para o mês de junho desde 2023. O menor resultado da nova série histórica foi registrado em junho de 2020, quando o país fechou 53.403 novos empregos.
Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a taxa de desemprego no Brasil recuou para 5,8% no trimestre encerrado em junho, após subir 7% no trimestre imediatamente anterior (de janeiro a março). Foi a menor variação registrada em toda a série histórica, iniciada em 2012.
Também foram recordes a taxa de participação na força de trabalho (62,4%), o nível de pessoas com trabalho (58,8%) e o contingente de pessoas com carteira assinada, que chegou a 39 milhões. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua).
Balanços corporativos
A temporada de balanços financeiros de empresas segue movimentando o mercado nesta semana. Hoje são esperados os resultados referentes ao segundo trimestre de companhias como Copasa, BB Seguridade, Pague Menos e Tegma.
Ao longo da semana, serão divulgados os balanços de empresas de peso como Petrobras, Itaú Unibanco, Embraer, Suzano, Klabin, Braskem, Eletrobras e Minerva.
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