Dilma comenta “desdolarização”: “Ninguém quer assumir o lugar dos EUA”

Rio de Janeiro — A presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff, comentou, neste sábado (5/7), a possibilidade de “desdolarização” do comércio mundial, durante entrevista à imprensa no encerramento da 10ª reunião anual da instituição. A chefe do banco afirmou que não vê “nenhum sinal de desdolarização”, mas, sim, a ampliação do uso de moedas locais em transações comerciais.

“Hoje não tem ninguém querendo assumir o lugar dos Estados Unidos porque o lugar dos Estados Unidos implica em duas coisas bastante complicadas”, disse a presidente.

Ela argumentou que a hegemonia do dólar implica no fornecimento de moedas para o restante do mundo, o que resulta no enfraquecimento do processo de industrialização.

“Como você fornece dólar para o resto do mundo? Você incorre em déficit em conta corrente. Ao incorrer em déficit em conta corrente, você fornece dólar para o resto do mundo e tem um benefício. Qual é o benefício? Você financia a custo bastante baixo seus dois déficits: um em conta corrente e o déficit fiscal. Mas você se torna um país, como os EUA se tornou, desindustrializado. Você perde a sua indústria”, pontuou Dilma.

A presidente da instituição, no entanto, reconheceu que há um movimento dos países de valorizarem as transações comerciais em moedas próprias.

“Eu não vejo, claramente, nenhum sinal de desdolarização. O que eu vejo é outra coisa. Muitos países estão usando suas próprias moedas para o comercial”, disse.

“Estou vendo também uma busca por segurança. Todo mundo querendo segurança, ninguém querendo sofrer as consequências de ficar no pé errado. Então, acho que esta havendo muita diversificação. E quem decide isso não é nenhum investidor externo, é o mercado”, ressaltou a presidente.

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