Copom mantém tom duro e não abre espaço para início de queda da Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), manteve o tom duro em torno das perspectivas sobre a taxa básica de juros no país, a Selic.

Nesta quarta-feira (5/11), o Copom anunciou a manutenção da Selic no patamar de 15% ao ano, marcando a quarta reunião consecutiva sem cortes. A decisão era amplamente esperada pelo mercado. Havia a dúvida, contudo, se o comunicado que acompanha a medida traria sinais de um eventual início do ciclo de queda dos juros no Brasil.

A expectativa era de que o Copom pudesse ajustar expressões utilizadas nos últimos comunicados, abrindo espaço para maior flexibilidade da politica monetária nas próximas reuniões do órgão, notadamente a partir de 2026.

Como observa Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, essa possibilidade vinha ganhado força no mercado, sustentada por um cenário de melhora gradual das expectativas em torno da inflação e um juro real ainda entre os mais altos do mundo — fatores que permitiriam, em tese, uma postura mais branda do Copom, sem comprometer a credibilidade da política monetária.

Rigidez mantida

Esse aceno, no entanto, não veio. Isso porque o trecho mais mais severo do comunicado divulgado ao final da última reunião do Copom, em 17 de setembro, foi praticamente mantido na íntegra.

Nele, reafirmou o Copom: “O cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária. O Comitê avalia que a estratégia de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta. O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”.

A expectativa era de que a expressão “período bastante prolongado” para a manutenção da taxa no patamar de 15% pudesse ser atenuada, ou mesmo, suprimida. Isso não ocorreu.

Pequena revisão

No comunicado, o Copom informa que as expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus permanecem em valores acima da meta, situando-se em 4,5% e 4,2%, respectivamente. Na reunião anterior, em setembro, estavam em 4,8% e 4,3%.

Agora, a projeção de inflação do Copom para o segundo trimestre de 2027, atual horizonte relevante de política monetária, situa-se em 3,3% no cenário de referência. Antes, estava ligeiramente mais alta, em 3,4%.

No caso, o “horizonte relevante” é o termo usado para definir o período futuro em que as decisões do Copom terão efeito significativo na economia e na inflação. Atualmente, está fixado no primeiro trimestre de 2027.

Créditos da Noticias

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