O déficit das contas externas do Brasil foi de US$ 2,9 bilhões em maio, conforme dados do Banco Central (BC). O resultado é maior do que o registrado no mesmo mês do ano passado, quando houve saldo negativo de US$ 2,5 bilhões.
As informações fazem parte do relatório de estatísticas do setor externo, publicado nesta quarta-feira (25/6) pelo Banco Central. O documento reúne os valores desses tipos de movimentações financeiras mês a mês.
Entenda as contas externas
- As contas externas (ou transações correntes) são um dos principais indicadores sobre o setor externo do Brasil.
- O resultado das transações correntes é formado pelo balanço de pagamentos da compra e venda de mercadorias, balança de serviços e as transferências unilaterais.
- Um saldo negativo (déficit) nas contas externas significa que o país enviou mais dinheiro para o exterior do que recebeu. Enquanto um saldo positivo (superávit) indica que o Brasil recebeu mais dinheiro do que transferiu para outros países.
- Em 2024, o saldo negativo somou quase US$ 56 bilhões — o equivalente a 2,55% do Produto Interno Bruto (PIB).
Para o cálculo mensal das transações correntes, o Banco Central considera o saldo da balança comercial (diferença entre os valores das importações e das exportações), os serviços e a movimentação de renda para outros países.
No acumulado de 12 meses até maio, as transações correntes somam déficit de US$ 69,4 bilhões, bem acima do registrado em maio de 2024, de US$ 29,4 bilhões. Tal dado indica que o Brasil gasta mais do que recebe do exterior.
Investimentos e reserva internacional
A entrada de investimentos estrangeiros superou o valor registrado em maio do ano passado. Os investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 3,7 bilhões em maio de 2025, acima dos US$ 3 bilhões computados no mesmo período do ano anterior.
Nos últimos 12 meses até maio, o IDP acumula US$ 70,5 bilhões em investimentos (3,31% do PIB), contra US$ 69,8 bilhões (3,28% do PIB) em abril, e US$ 61 bilhões (2,69% do PIB) em maio de 2024.
O Banco Central informou que o saldo das reservas internacionais do país aumentou US$ 670 milhões na passagem de abril para maio. Com isso, o Brasil tem estoque de US$ 341,5 bilhões para se proteger contra crises externas.
Segundo o relatório, contribuíram para aumentar o estoque de reservas as receitas de juros, com incremento de US$ 715 milhões.
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