Acionistas da Gol aprovam reestruturação e saída da Bolsa de Valores

Reunidos em assembleia geral, nessa terça-feira (4/11), os acionistas da Gol, uma das três principais companhias aéreas do Brasil, aprovaram uma reestruturação da empresa que resultará na saída da Bolsa de Valores do Brasil (B3).

A própria companhia havia anunciado, no mês passado, a intenção de fechar capital e deixar a Bolsa brasileira.

De acordo com a empresa, a medida faz parte de uma estratégia de reduzir custos, simplificar a estrutura e consolidar a reestruturação iniciada após o processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, concluído em junho deste ano.

Na prática, isso significa que a Gol deixará de ter ações abertas e passará a ser privada, controlada pelo Grupo Abra. O processo ainda depende da aprovação de órgãos regulatórios.

Entenda

Na assembleia, os acionistas da Gol aprovaram a incorporação da Gol Linhas Aéreas Inteligentes e da Gol Investment Brasil (GIB) pela Gol Linhas Aéreas S.A. (GLA), cujas ações pertencem integralmente à controladora.

Assim, a GLA não será mais listada na bolsa e não terá registro como companhia aberta, o que levará à saída do Nível 2 de governança corporativa da B3. Para viabilizar essa operação, a GIB fará uma oferta pública de aquisição (OPA) das ações da companhia.

A OPA é um processo por meio do qual um controlador, acionista ou investidor oferece comprar ações de uma empresa listada na Bolsa.

A operação pode ser usada para fechar o capital da empresa, assumir o controle societário, simplificar a estrutura de ações ou para que os investidores saiam de uma companhia que está em processo de fusão. O procedimento é regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Na reunião de terça-feira, não foi alcançado o quórum mínimo para definir qual será a instituição responsável pela avaliação das ações. Para isso, uma nova assembleia foi convocada para o dia 13 de novembro.

Próximos passos

Depois que o avaliador entregar o laudo de avaliação, a GIB dará prosseguimento aos trâmites necessários para o lançamento da OPA.

Por fim, após a conclusão da oferta, haverá um período para o exercício do direito de retirada pelos acionistas. Segundo analistas do mercado, essa operação pode ser sacramentada no primeiro trimestre do ano que vem.

Atualmente, a Gol é controlada pela Abra, que também é dona da companhia aérea colombiana Avianca. A Abra possui 99,97% das ações ordinárias e 99,22% das ações preferenciais.

Fusão com Azul fracassou

Em setembro, a Gol anunciou que encerrou as negociações para a fusão com a Azul. O documento com as informações foi publicado no site da companhia, na área de relações com investidores.

A decisão de encerrar as negociações para a fusão partiu da Abra Group Limited (Abra), controladora da Gol, que enviou uma comunicação a respeito do fato diretamente para a Azul.

Desde o início do ano, Gol e Azul vinham negociando uma possível fusão. Em janeiro, as companhias anunciaram um acordo para o início das tratativas.

Em junho deste ano, a Gol concluiu seu processo de recuperação judicial nos EUA. No fim de maio, a Azul também entrou com um pedido de recuperação judicial nos EUA, que deve ser concluído até o início de 2026.

Ações

As ações da Gol negociadas na Bolsa de Valores do Brasil fecharam o pregão de terça-feira em baixa.

Ao fim da sessão, os papéis recuaram 2,48%, cotados a R$ 5,12.

Créditos da Noticias

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