“Vai ser um período prolongado”, diz diretor do BC sobre juros altos

A taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, atualmente em 15% ao ano, permanecerá em patamar elevado por um “período bastante prolongado”. A afirmação é do diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Guillen, que participou nesta sexta-feira (8/8) de um evento sobre a conjuntura econômica do país, em São Paulo.

O principal objetivo da política monetária, observou Guillen, é levar a inflação no Brasil de volta à meta.

Em sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu manter a Selic em 15% ao ano, encerrando o ciclo de altas – foram sete aumentos consecutivos. Trata-se do maior patamar dos juros no país em quase duas décadas, desde 2006.

“A gente optou por uma interrupção e antecipou agora continuar essa interrupção. Dada a toda incerteza, devemos ter cautela”, afirmou Guillen.

A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para controlar a inflação. A Selic é utilizada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia.

Quando o Copom aumenta os juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que se reflete nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Assim, taxas mais altas também podem conter a atividade econômica.

Ao reduzir a Selic, por outro lado, a tendência é a de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

Incerteza e cautela

Segundo o diretor de Política Econômica do BC, “vai ser um período bastante prolongado de taxa significativamente contracionista para levar a inflação à meta, que é o compromisso”.

Ainda de acordo com o diretor da autoridade monetária, o momento atual é marcado por muita incerteza, em meio ao tarifaço comercial de 50% imposto pelo governo dos EUA sobre grande parte dos produtos importados do Brasil.

Guillen defendeu uma boa dose de cautela do BC e ressaltou que é necessário esperar mais tempo para verificar se o nível atual da taxa de juros é “apropriado” para conter a inflação.

Créditos da Noticias

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