Trump recorre de decisão que o impede de demitir diretora do Fed

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entrou nesta quarta-feira (10/9) com um recurso contra a decisão da Justiça Federal do país que o impede de demitir a diretora do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) Lisa Cook.

Na terça-feira (9/9), a juíza federal Jia Cobb acolheu o pedido apresentado pela dirigente do Fed para que fosse mantida em seu cargo na autoridade monetária enquanto o processo tramita na Justiça.

O recurso do governo Trump foi apresentado pelo Departamento de Justiça.

Após ser “demitida” por Trump, a diretora do Fed acionou a Justiça contra o presidente dos EUA, alegando que o republicano não tem prerrogativas para afastá-la do cargo. O caso deve chegar à Suprema Corte do país.

Entenda o caso

Uma investigação do governo dos EUA contra Lisa Cook foi aberta após pedidos do diretor da Agência Federal de Financiamento da Habitação (FHFA, na sigla em inglês), Bill Pute, nomeado por Trump, que acusou a diretora da autoridade monetária de fraudar hipotecas.

Pulte disse que Cook teria cometido a fraude ao designar um condomínio como residência principal apenas duas semanas depois de tomar um empréstimo para uma outra casa de sua propriedade no estado do Michigan.

Cook teria contratado hipotecas nos estados do Michigan e da Geórgia, em 2021. Um formulário oficial de divulgação financeira, de 2024, lista três hipotecas supostamente detidas por Cook, duas das quais listadas como residências pessoais.

Os empréstimos para residências primárias podem ter taxas mais baixas do que as hipotecas sobre propriedades de investimento, consideradas mais arriscadas pelos bancos.

Em comunicado divulgado na semana passada, o Fed saiu em defesa de Lisa Cook e rechaçou a suposta demissão. Ela também recebeu o apoio de um grupo de quase 600 economistas, que criticaram a interferência de Trump no BC dos EUA.

Quem é Lisa Cook

Lisa Cook ocupa um assento no conselho do Federal Reserve desde 2022, nomeada pelo então presidente Joe Biden, e foi reconduzida em 2023 para um mandato de 14 anos. Ela foi a primeira mulher negra a integrar o colegiado.

Com doutorado em economia pela Universidade da Califórnia, em Berkeley, Cook já atuou como assessora econômica no governo do ex-presidente Barack Obama.

Em 2019, Cook publicou um artigo no The New York Times relatando as dificuldades de ser mulher e negra no campo econômico e no serviço público.

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