A Taurus, maior fabricante brasileira de armas de fogo e uma das maiores do mundo, decidiu dar férias coletivas a pelo menos 40 funcionários de sua fábrica em São Leopoldo (RS), na região metropolitana de Porto Alegre.
A medida foi tomada por causa dos impactos do tarifaço comercial de 50% imposto pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a grande parte dos produtos exportados pelo Brasil aos norte-americanos.
Inicialmente, as férias foram concedidas por um período de 15 dias, com possibilidade de prorrogação por mais 15. Sindicatos que representam os trabalhadores do setor já estão em negociação com a empresa.
A linha afetada é a responsável pela montagem de armas de longo alcance destinadas à Companhia Brasileira de Cartuchos, integrante do grupo Taurus. Os itens eram direcionados ao mercado norte-americano.
A Taurus exporta cerca de 80% de sua produção em São Leopoldo para os EUA. Atualmente, a companhia conta com três unidades de produção – além da sede no Rio Grande do Sul, há duas no exterior (EUA e Índia).
A capacidade de produção da Taurus no Brasil é de 7 mil armas por dia.
Transferência da produção para os EUA
Na semana passada, a Taurus anunciou a transferência de sua principal linha de montagem para a unidade da companhia nos EUA. A medida envolve a montagem das armas da Família G, a mais importante da empresa, e foi tomada por causa do tarifaço.
Com isso, a partir de setembro, a Taurus deve montar, nos EUA, cerca de 900 das 1,2 mil armas que produz diariamente no Brasil e hoje têm como destino o território norte-americano.
A transferência de parte de sua produção aos EUA já vinha sendo cogitada pela Taurus e, inclusive, foi anunciada publicamente pelo CEO global da empresa, Salesio Nuhs, no mês passado.
“A Taurus também antecipou as exportações de algumas peças e partes para os EUA, em especial carregadores das armas, visando a se antecipar à taxação de 50%”, informou a companhia, em nota, na ocasião.
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