O dólar operava em queda nesta quarta-feira (18/6), dia em que os investidores voltam suas atenções para as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, com a definição das novas taxas de juros nos dois países.
Dólar
- Às 9h05, a moeda norte-americana recuava 0,21% e era negociada a R$ 5,487.
- Na véspera, o dólar fechou em alta de 0,23%, cotado a R$ 5,498.
- Com o resultado, a moeda dos EUA acumula perdas de 3,84% no mês e de 11,03% no ano frente ao real.
Ibovespa
- As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.
- No dia anterior, o indicador fechou o pregão em queda de 0,3%, aos 138,8 mil pontos.
- Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula ganhos de 1,32% em junho e de 15,43% em 2025.
“Superquarta”
Nesta quarta-feira, terminam as reuniões de política monetária no Brasil e nos EUA. Os anúncios das novas taxas de juros nos dois países acontecem às 15 horas (pelo horário de Brasília), no caso dos EUA, e às 18h30, no caso brasileiro, em mais uma chamada “superquarta”.
“Superquarta” é o termo usado no mercado financeiro para o dia em que coincidem as divulgações das taxas básicas de juros no Brasil e nos EUA.
Em sua última reunião, nos dias 6 e 7 de maio, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed anunciou a manutenção dos juros básicos no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano.
Antes das três últimas reuniões, o Fed tinha levado a cabo um ciclo de três quedas consecutivas dos juros nos EUA, que começou em setembro do ano passado – o primeiro corte em cinco anos.
A taxa básica de juros é o principal instrumento dos bancos centrais para controlar a inflação. Quando a autoridade monetária mantém os juros elevados, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que se reflete nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Assim, taxas mais altas também podem conter a atividade econômica.
Na semana passada, Donald Trump voltou a subir o tom contra o presidente do Fed, Jerome Powell, e cobrou a redução dos juros no país após a divulgação do resultado da inflação nos EUA em maio, que veio abaixo das projeções do mercado.
Segundo o Departamento do Trabalho, o Índice de Preços ao Consumidor nos EUA (CPI, na sigla em inglês), que mede a inflação oficial no país, ficou em 2,4% em maio, na base anual, uma leve alta em relação aos 2,3% registrados em abril.
Na comparação mensal, o índice foi de 0,1%, ante 0,2% em abril.
Expectativas divididas para o Copom
No Brasil, também no início de maio, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) aumentou a taxa de juros em 0,5 ponto percentual, de 14,25% para os atuais 14,75% ao ano.
É o maior patamar dos juros básicos em quase duas décadas. Foi o sexto aumento consecutivo da taxa.
Para a reunião que começa nesta terça, o mercado está dividido nas projeções. A maioria dos analistas acredita que o Copom deve interromper o ciclo de cortes e manter a Selic em 14,75% ao ano. Há quem aposte, entretanto, em uma nova alta, mais modesta (de 0,25 ponto percentual), para 15% ao ano – que seria a última do ciclo de elevações da taxa.
Na semana passada, os dados de inflação divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmaram a desaceleração do indicador.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, ficou em 0,26% em maio deste ano, ante 0,43% em abril. Foi o terceiro mês seguido de desaceleração.
No acumulado entre janeiro e maio deste ano, o IPCA ficou em 2,75%. No período de 12 meses até maio, foi de 5,32%.
Segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é de 3%. Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será cumprida se ficar entre 1,5% e 4,5%.
Guerra entre Israel e Irã
As atenções dos investidores continuam voltadas ao Oriente Médio, com os desdobramentos da guerra entre Israel e Irã, que teve início na última quinta-feira (12/6).
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou que o país “se manterá firme contra uma guerra imposta, assim como se manterá firme contra uma paz imposta”. “E os americanos devem saber que qualquer intervenção militar dos EUA será, sem dúvida, acompanhada de consequências irreparáveis”, alertou o aiatolá.
A declaração é uma resposta ao presidente dos EUA, Donald Trump, que, na terça-feira (17/6), disse que só aceitará “rendição incondicional” do Irã. Trump afirmou ainda que sua paciência está “se esgotando” com Khamenei, que, segundo o norte-americano, não será morto. “Pelo menos não por enquanto.”
“O presidente dos EUA nos ameaça. Com sua retórica absurda, ele exige que o povo iraniano se renda a ele. Eles deveriam ameaçar aqueles que têm medo de serem ameaçados. A nação iraniana não se assusta com tais ameaças”, afirmou o líder iraniano.
Israel atacou o Irã pelo sexta dia consecutivo nesta quarta, poucas horas após a ameaça de Trump. Em um comunicado, o Exército israelense afirmou que “mais de 50 aviões” atacaram durante a noite “uma instalação de produção de centrífugas em Teerã”, além de “vários locais de fabricação de armas, incluindo instalações de produção de matérias-primas e componentes usados na montagem de mísseis terra-terra”.
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