Sindicato dos Bancários vai à Justiça contra Itaú após demissões

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região acionou a Justiça contra o Itaú Unibanco, após as demissões em massa feitas pela instituição bancária na última segunda-feira (8/9).

De acordo com o sindicato, as demissões atingiram cerca de mil trabalhadores do Itaú e teriam ocorrido sem aviso prévio à entidade.

Em comunicado divulgado na noite dessa quinta-feira (11/9), o Sindicato dos Bancários afirma que, “além de injustificáveis diante do lucro bilionário do banco – que alcançou mais de R$ 22,6 bilhões apenas no último semestre –, as demissões em massa promovidas pelo Itaú desrespeitam os trabalhadores, a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria bancária e a legislação brasileira, que determinam a necessidade de negociação prévia com o movimento sindical em casos como este”.

“Ouvimos os trabalhadores demitidos na plenária realizada nesta quinta-feira (11). O Itaú descumpriu regras básicas de proteção ao emprego e desconsiderou a mesa de negociação coletiva. Um banco que lucra bilhões não pode tratar os trabalhadores como números descartáveis”, afirma o sindicato, na nota.

“Vamos acionar a Justiça para reverter esse ataque e responsabilizar o Itaú por esse desrespeito à lei e à categoria”, completa a entidade.

O Metrópoles entrou em contato com o Itaú na manhã desta sexta-feira (12/9). Até a publicação desta reportagem, o  banco ainda não havia se manifestado sobre a ação do sindicato. O espaço segue aberto para o posicionamento da instituição financeira.

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Demissões em massa no Itaú

No início desta semana, como noticiou o Metrópoles, o Itaú realizou demissões em massa. A instituição financeira justificou os cortes como resultado de problemas de aderência cultural e produtividade.

No fim da manhã de segunda-feira, as dispensas já eram comentadas nas redes sociais. Os posts citavam que os alvos eram funcionários que ligavam seus computadores, mas não trabalhavam regularmente.

Em nota enviada ao Metrópoles, na ocasião, o banco informou que “realiza avaliações de desempenho e alinhamento cultural como parte de sua gestão de pessoas”. Sobre as demissões, o Itaú acrescentou: “Os desligamentos de hoje foram conduzidos de forma criteriosa, considerando diversos aspectos do trabalho e a aderência às necessidades atuais do banco. Essas ações têm como objetivo fortalecer nossa cultura organizacional e a entrega de resultados”.

Falta de “produtividade” no home office

Na quarta-feira (10/9), o Itaú informou que alguns funcionários em home office, entre os cerca de mil trabalhadores demitidos por “problemas de produtividade”, cumpriam apenas cerca de um quinto da jornada de trabalho.

“O Itaú identificou uma minoria de colaboradores em jornadas de trabalho remoto com baixos níveis de atividade digital, sendo esse um padrão de comportamento e não situações pontuais”, disse o banco. “Alguns desses casos, os mais críticos, chegaram a patamares de 20% de atividade digital no dia – de forma sistemática, ao longo de quatro meses – e ainda assim registraram horas extras naqueles mesmos dias, sem que houvesse causa que justificasse.”

No comunicado, o banco cita um exemplo que define como “real”. “Em uma área com 316 analistas, de cargos equiparáveis e com média de atividade digital de 72%, enquanto colaboradores desligados apresentavam entre 27 e 37% de atividade digital em quatro meses, além do uso de horas extras”, afirma o texto.

“Em outra estrutura”, acrescenta o Itaú, “com 30 analistas com média de atividade digital de 75%, o colaborador desligado apresentou 39% de atividade, também com horas extras registradas”. A instituição financeira observou que a média geral de atividade digital do banco em home office é de cerca de 75%.

Esse patamar é definido como “adequado” pelo banco, “considerando sazonalidades, horas de intervalo e descanso”. “Assim, os casos identificados denotam desvio do padrão de comportamento em relação à maioria dos colaboradores em regime híbrido, o que resulta em quebra de confiança”, acrescenta a nota. “É por esse motivo que foram desligados alguns colaboradores com boa avaliação de performance.”

Créditos da Noticias

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