Além da sobrecarga de trabalho, da defasagem salarial e da falta de reconhecimento, os servidores da saúde do Distrito Federal agora enfrentam mais um desafio alarmante: a violência crescente por parte da própria população. O que antes era uma exceção, agora se tornou uma ameaça constante, deixando os profissionais inseguros em seus postos de trabalho.
Episódios de agressões verbais e físicas têm se repetido em diferentes unidades de saúde. Já foram registrados casos graves na UPA da Asa Sul, em Ceilândia, no Hospital de Santa Maria e, mais recentemente, no Hospital Regional do Gama. Neste último, uma paciente perdeu o controle, apedrejou o guichê de recepção, quebrou o painel de atendimento e causou pânico entre os trabalhadores que estavam de plantão.
“Estamos abalados. A sensação é de total impotência. Não temos segurança nem respaldo. Estamos expostos e com medo”, relatou um servidor que presenciou a cena no HRG.
A situação é crítica. A falta de investimentos e de valorização profissional já vinha afetando a saúde mental dos trabalhadores, que lidam diariamente com doenças emocionais como ansiedade, depressão e síndrome de burnout. Agora, precisam também conviver com o medo real de agressões físicas, sem que medidas de proteção efetivas sejam adotadas.
O SindSaúde alerta que a segurança nas unidades deve ser tratada como prioridade absoluta. “O servidor não pode ser responsabilizado pelas falhas do sistema. É inaceitável que a ausência de estrutura e a demora nos atendimentos recaiam sobre quem está na linha de frente tentando salvar vidas. Enquanto os verdadeiros responsáveis curtem seus cargos no conforto do ar-condicionado, os servidores estão na linha de frente, expostos ao perigo todos os dias”, afirmou a presidente do sindicato, Marli Rodrigues.
Ela também reforçou que o sindicato já está tomando as providências necessárias: “Estamos atuando junto à Secretaria de Saúde e ao GDF para cobrar segurança imediata nas unidades. Não vamos aceitar que o servidor, além de não ser valorizado, precise trabalhar sob ameaça constante”, completou.
O SindSaúde cobra providências urgentes do Governo do Distrito Federal e da Secretaria de Saúde para garantir a integridade física dos profissionais. Para o sindicato, é inadmissível que trabalhadores já tão fragilizados continuem sendo expostos à violência sem qualquer tipo de proteção ou apoio.
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