As recuperações judiciais no agronegócio brasileiro registraram um avanço expressivo no primeiro trimestre de 2025, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (15/7) pela Serasa Experian.
Segundo o levantamento, houve uma alta de 44,6% nas recuperações judiciais do agro entre janeiro e março deste ano, na comparação com o mesmo período de 2024.
Em relação ao último trimestre do ano passado, o crescimento também foi significativo: 21,5%.
“Essa alta reflete um momento financeiro mais desafiador, marcado por oscilações nos preços das commodities e por uma oferta de crédito mais criteriosa”, explica o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta. “Muitos produtores enfrentam custos altos, prazos longos para receber, exigência crescente de garantias e dificuldade para rolar dívidas.”
O maior impacto na alta observada nos três primeiros meses do ano veio dos produtores rurais que atuam como pessoa física, com um aumento de 83,9% em relação ao mesmo período de 2024 e de 39,2% na comparação trimestral.
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Já entre os produtores rurais pessoa jurídica, o salto anual foi de 31%, com 113 solicitações no primeiro trimestre.
No ano passado, também de acordo com a Serasa Experian, houve uma alta de 138% nas recuperações judiciais do agro, na comparação com o ano anterior.
Recuperação judicial
A recuperação judicial é um processo que permite às organizações renegociarem suas dívidas, evitando o encerramento das atividades, demissões ou falta de pagamento aos funcionários.
Por meio desse instrumento, as empresas ficam desobrigadas de pagar aos credores por algum tempo, mas têm de apresentar um plano para acertar as contas e seguir em operação.
Em linhas gerais, a recuperação judicial é uma tentativa de evitar a falência.
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