Projeto Ecogan é destaque em conferência internacional de meio ambiente – Secretaria de Estado de Educação

Iniciativa do CEF GAN mostra na prática a relação entre educação ambiental e transformação

Por João Pedro Eliseu, Ascom/SEEDF

 

Capa: Em um dos estandes mais movimentados da CIRSOL, o CEF GAN apresentou o projeto Ecogan | Foto: Felipe de Noronha, Ascom/SEEDF.

 

Na última semana de agosto, Brasília sediou uma das conferências ambientais mais importantes do mundo, a II Conferência Internacional de Resíduos Sólidos e Saneamento (CIRSOL). Em meio aos debates do evento que trouxe à capital vozes de todo o planeta, destacou-se a energia contagiante dos estudantes do Centro de Ensino Fundamental (CEF) GAN, do Plano Piloto, que demonstraram no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade o poder da educação ambiental na prática.

 

Em um dos estandes mais movimentados, o CEF GAN apresentou o projeto Ecogan, uma iniciativa que integra diversas disciplinas à educação ambiental. O que começou como um programa de reciclagem orgânica para alimentar as galinhas do galinheiro da escola, hoje tornou-se uma ação ampla de coleta seletiva e economia criativa, cujos materiais são revertidos em benefícios diretos para os alunos por meio de parcerias com cooperativas.

 

Para engajar os estudantes durante o evento, a professora Júlia Schnorr, uma das articuladoras do projeto, preparou uma dinâmica investigativa. Separados em grupos, os alunos receberam perguntas como: “Qual é a diferença de um lixão e de um aterro sanitário?”, “Como funciona a reciclagem de plástico?” e “Qual é a diferença entre resíduo e rejeito?”. A missão era encontrar as respostas nos estandes da conferência, como os do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) e da Secretaria de Meio Ambiente, estimulando a curiosidade e o aprendizado ativo.

 

Pilares

 

Júlia explica que o Ecogan, agora parte do projeto político-pedagógico (PPP) da escola, se baseia em três pilares fundamentais. O projeto atua em três frentes: cidadania, economia solidária e meio ambiente. A gente já tinha um galinheiro na escola, responsável por cuidar de todo o resíduo orgânico. Com a implementação do Ecogan, qualificamos esse processo e demos início à educação ambiental de forma estruturada”, detalha a professora.

 

A primeira etapa envolveu a criação do “Papá da Galinha“, um tonel onde toda a comunidade escolar deposita restos de alimentos. O que antes era um desafio cultural, de misturar todo o lixo, hoje é um hábito consolidado.

 

A professora conta que um estudo de gravimetria (pesagem do lixo) revelou um dado impactante: “Chegamos à constatação de que 52% do lixo da escola, pelo menos naquele dia, era orgânico. Isso mostrou a necessidade de qualificar nosso galinheiro, que dá conta da maior parte desse resíduo.”

 

Reciclagem transformada em melhorias

 

Os alunos reuniram tampinhas recicláveis consumidas durante o evento e perguntaram à professora se poderiam guardá-las no residuário | Foto: Felipe de Noronha, Ascom/SEEDF.

 

Para os resíduos recicláveis, a solução foi o “residuário“, incentivando os alunos a fazerem a separação correta. A iniciativa gera frutos concretos por meio da economia solidária. As tampinhas, por exemplo, são destinadas ao projeto ‘Pata na Tampa’ para castração de animais. “Temos parceria com uma cooperativa de catadores da Asa Norte. As latinhas são nosso carro-chefe. Elas são vendidas, e o dinheiro retorna para os próprios meninos via orçamento participativo”, explica Júlia.

 

As colegas Aysha di Pietro Freitas e Mel de Lima, estudantes do CEF GAN, visitaram diferentes estandes na Conferência | Foto: Felipe de Noronha, Ascom/SEEDF.

No ano passado, a verba foi usada para reformar banheiros e realizar a festa do Dia das Crianças. Este ano, o objetivo é comprar uma mesa de air hockey. “Faltam R$129. São crianças, então os desejos atendem à necessidade brincante do ser humano”, indica a professora.

 

A experiência na CIRSOL ampliou o horizonte dos jovens participantes, que puderam ver de perto a aplicação dos conceitos aprendidos na escola. “Com o Ecogan, a gente pode conscientizar mais alunos, professores e também os ajudantes da limpeza. Com a reciclagem, o planeta vai ser um pouco mais saudável, porque a gente já está estragando ele”, declarou Mel de Lima, estudante do CEF GAN do Plano Piloto.

 

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