Pesquisa da UnB com apoio da FAPDF estuda uso de produtos químicos no combate a incêndios florestais

  Projeto Prometeu DF analisa eficiência dos retardantes de chamas e seus impactos ambientais, buscando conciliar ciência, tecnologia e prát…

 Projeto Prometeu DF analisa eficiência dos retardantes de chamas e seus impactos ambientais, buscando conciliar ciência, tecnologia e prática de brigadistas

Divulgação/Fepecs

Com queimadas cada vez mais intensas e prolongadas, pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) desenvolvem o Projeto Prometeu DF, que investiga quando e como o uso de retardantes químicos pode ser eficaz no combate a incêndios florestais — e quais riscos esse método representa para o meio ambiente. A iniciativa conta com apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), pelo edital Demanda Espontânea de 2021.

Os retardantes são substâncias misturadas à água para reduzir a propagação e a intensidade do fogo, oferecendo maior eficiência ao trabalho de brigadistas. No entanto, podem gerar impactos ambientais, como a morte de espécies herbáceas e arbustivas e alterações na dinâmica da vegetação. “O impacto ambiental é inevitável e precisa ser considerado”, ressalta o coordenador do projeto, professor Carlos Henke de Oliveira, do Departamento de Ecologia da UnB.

O Prometeu DF desenvolveu sistemas embarcados — mini-laboratórios portáteis acoplados a drones, aeronaves e equipamentos de brigadistas — que registram dados de temperatura, gases, poluentes e imagens termais em tempo real. Também criou a mesa de combustão Osíris, que simula queimadas em laboratório para testar a eficácia de diferentes produtos antes de levá-los a campo.

Os experimentos avaliam três frentes: combate indireto, com aplicação de retardantes antes do fogo; combate direto terrestre, comparando linhas de fogo tratadas apenas com água e com produtos químicos; e combate aéreo, em parceria com o Corpo de Bombeiros do DF, que utiliza aeronaves equipadas para medir precisão e resultados dos lançamentos.

As recomendações do projeto incluem restringir o uso de retardantes em áreas sensíveis ou próximas a corpos d’água, permitindo sua aplicação apenas em zonas de produção agrícola ou de vegetação exótica, sempre com registro e monitoramento. O objetivo é garantir decisões equilibradas, que considerem tanto a eficiência no controle do fogo quanto a preservação ambiental.

Além dos artigos científicos, a equipe investe em documentários e materiais de divulgação para aproximar a sociedade dos resultados. Um exemplo foi o filme Incêndios, poluição e Ciência Cidadã no Distrito Federal, que estimulou a instalação de novas estações de monitoramento da qualidade do ar.

O Prometeu DF reúne parceiros como Ibama/Prevfogo, ICMBio, UFPR, UFMS e brigadistas locais, consolidando o Distrito Federal como um “laboratório vivo” na busca por soluções inovadoras para o combate ao fogo. Para o presidente da FAPDF, Leonardo Reisman, o projeto mostra como a ciência aplicada pode orientar políticas públicas: “É um exemplo de pesquisa feita no DF que dialoga diretamente com a sociedade e fortalece a preservação da biodiversidade”.

Com informações da FAPDF

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