Os novos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos registraram o maior aumento em cerca de três meses, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (21/8) pelo Departamento do Trabalho do governo norte-americano.
Na semana encerrada em 16 de agosto, segundo os dados do governo, foram 235 mil novas solicitações, o que representou um crescimento de 11 mil pedidos em relação à semana anterior – a maior alta desde o fim de maio.
O resultado veio acima das estimativas dos analistas do mercado, que esperavam 226 mil pedidos no período.
Ainda de acordo com o Departamento do Trabalho, os ganhos médios dos últimos três meses foram de US$ 35 mil por mês.
O número de pessoas que recebem auxílio-desemprego aumentou para 1,97 milhão (30 mil a mais do que na semana anterior). Trata-se do maior patamar em quase quatro anos, desde novembro de 2021.
Por que o mercado fica atento aos dados de emprego
A força do mercado de trabalho nos EUA é um dos componentes considerados pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) para definir a taxa de juros e esfriar a demanda na economia para combater a inflação.
Analistas temem que uma possível aceleração do mercado de trabalho nos EUA leve a um novo aperto da política monetária pelo Fed. Nesse sentido, o aumento acima do esperado dos pedidos de seguro-desemprego pode ser interpretado como uma boa notícia – desde que a situação da economia não se agrave a ponto de entrar em recessão.
Juros nos EUA
No fim de julho, o Fed anunciou a manutenção dos juros básicos no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano. A próxima reunião do Fed para definir a taxa de juros acontece nos dias 16 e 17 de setembro.
Até o fim de 2025, o BC dos EUA tem programadas mais três reuniões de política monetária – em setembro, outubro e dezembro. Nas últimas semanas, ganhou força entre os analistas do mercado a tese de que o Fed deve começar a baixar os juros possivelmente a partir da próxima reunião, no mês que vem.
Na quarta-feira, a ata da última reunião do Fed apontou que os riscos de inflação são maiores do que as preocupações com o mercado de trabalho norte-americano. No mesmo dia, o presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a atacar o chefe do Fed, Jerome Powell, cobrando a queda dos juros.
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