O Nubank, que recentemente se tornou a empresa mais valiosa do Brasil, demitiu 12 funcionários na última sexta-feira (7/11) depois de uma “rebelião” interna durante uma reunião na qual a empresa anunciou o fim do modelo de trabalho quase 100% em home office e a adoção do formato híbrido a partir do ano que vem.
Segundo a companhia, a partir do dia 1º de julho de 2026, pelo menos 70% dos funcionários terão de comparecer ao escritório do Nubank para trabalhar presencialmente dois dias por semana. A quantidade de dias presenciais aumentará para três por semana a partir de 1º de janeiro de 2027. Atualmente, os funcionários do Nubank comparecem ao escritório apenas durante uma semana por trimestre.
A mudança já havia sido anunciada em um e-mail assinado pelo CEO do Nubank, David Vélez. Na mensagem, o executivo admite que a empresa estava ciente de que poderia haver uma “disrupção para parte dos funcionários” com o novo formato de trabalho.
Mudança foi mal recebida
Na última quinta-feira (6/11), o Nubank, então, promoveu uma reunião da qual participaram cerca de 7 mil dos 9,5 mil funcionários da companhia – a maior parte deles participou do encontro remotamente, via Zoom. Alguns funcionários reagiram de forma contrária à mudança no formato de trabalho, e a reunião foi marcada por momentos de maior rispidez entre os participantes, inclusive com alguns insultos e linguajar agressivo.
O caso foi analisado pelo Comitê de Conduta do Nubank. No dia seguinte, em um outro e-mail, a empresa anunciou a demissão de 12 funcionários. “Foi uma decisão difícil, mas nós impusemos um limite do que é desrespeito e agressão”, informou a mensagem do Nubank.
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De acordo com o órgão interno que analisou o comportamento dos funcionários na reunião, houve elementos que justificaram as demissões por justa causa. O banco digital anunciou ainda que “muitos outros funcionários vão receber advertências por escrito”.
Em um fórum de discussão interno, alguns funcionários do Nubank alegaram que moram longe das cidades nas quais há escritórios da empresa e que foram pegos de surpresa com o anúncio da direção. Outros também reclamaram de uma suposta falta de representatividade de pessoas de fora do Sudeste na instituição financeira, dizendo que a mudança no formato de trabalho prejudica mais aqueles que moram fora de São Paulo.
O que diz o Nubank
Aos funcionários o Nubank afirmou que irá expandir seus escritórios para atender ao aumento do número de pessoas que trabalharão presencialmente. A companhia conta com duas unidades em São Paulo, uma na Cidade do México e uma em Bogotá (Colômbia).
O Nubank tem ainda três espaços para networking e capacitação, os chamados “hubs de talentos”, em Montevidéu (Uruguai), Berlim (Alemanha) e Durham (EUA).
A companhia pretende inaugurar novos escritórios em Campinas (SP), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Buenos Aires (Argentina), Washington (EUA), Miami (EUA) e Palo Alto (EUA).
Segundo a fintech, algumas funções continuarão sendo exercidas remotamente “devido à natureza de seus trabalhos exigir pouca ou nenhuma interação com outras equipes”. Entre esses cargos, estão profissionais de atendimento ao cliente, profissionais de investimentos, ouvidoria, rotuladores de dados, investigadores de crimes financeiros, profissionais de soluções regulatórias e profissionais de recursos humanos.
Procurado pela reportagem do Metrópoles, o Nubank afirmou, por meio de nota, que “trabalha para preservar canais e rituais abertos para o livre debate entre seus funcionários, mas não tolera desrespeito e violações de conduta”. “O Nubank não comenta casos individuais de desligamento”, diz o comunicado.








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