Nos EUA, Azul tenta barrar interrupção em fornecimento de combustível

A Azul, uma das principais companhias aéreas do Brasil, que está em recuperação judicial nos Estados Unidos, pediu à Justiça norte-americana que impeça a interrupção no fornecimento de combustível pela Raízen.

No último dia 18 de junho, a Raízen, uma das maiores distribuidoras de combustível de aviação do país, comunicou a Azul que o agente fiduciário da 12ª emissão de debêntures da companhia aérea (Vórtx) teria informado que a empresa estaria inadimplente no pagamento de amortização e remuneração do título desde 12 de junho.

“Assim, a Raízen […] solicita manifestação da Azul com urgência sobre eventual saneamento do inadimplemento e em tempo hábil para evitar a suspensão do fornecimento, diante do prazo de três dias úteis que a Raízen possui para implementação do mecanismo de Stop Supply”, afirmou a distribuidora de combustível.

O que diz a Azul

No pedido à Justiça dos EUA, a Azul afirma que a ação da Vórtx é “ilegal” e que a suspensão no fornecimento de combustível “coloca em risco a capacidade da Azul de se reorganizar de maneira bem-sucedida sob a recuperação judicial”.

Ainda segundo a companhia aérea, a interrupção, se concretizada, levaria a uma “cascata de eventos de voos cancelados, aeronaves em terra e prejuízo reputacional irreparável”.

Até o momento, a Azul não se manifestou sobre o caso, assim como a Vórtx e a Raízen.

Azul em recuperação judicial nos EUA

No fim de maio, a Azul anunciou que havia recorrido ao chamado “Chapter 11”, um mecanismo jurídico nos EUA que permite a reorganização de dívidas de empresas em dificuldades financeiras.
O instrumento é semelhante ao da recuperação judicial no Brasil.

A empresa optou pelos EUA por considerar a legislação do país mais flexível e também porque a maioria de seus credores é estrangeira – e grande parte dos contratos com os fornecedores têm como foro o estado de Nova York.

A recuperação judicial é um processo que permite às organizações renegociarem suas dívidas, evitando o encerramento das atividades, demissões ou falta de pagamento aos funcionários. Por meio desse instrumento, as empresas ficam desobrigadas de pagar aos credores por algum tempo, mas têm de apresentar um plano para acertar as contas e seguir em operação. Trata-se, basicamente, de uma tentativa de evitar a falência.

Segundo a Azul, o processo envolve US$ 1,6 bilhão em financiamento e deve eliminar mais de US$ 2 bilhões em dívidas, além de US$ 950 milhões em possíveis novos aportes de capital no momento de saída da recuperação judicial.

Créditos da Noticias

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