Motta defende diálogo, mas “sem jogar a população contra o Congresso”

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu o diálogo com o Executivo em entrevista ao “JR Entrevista”, da Record TV, mas “sem jogar a população contra o Congresso”. A fala se dá em um momento de crise na relação do Legislativo com o governo Lula por causa do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e de um desgaste da imagem dos parlamentares nas redes sociais.

“Estimular uma polarização social num cenário de instabilidade não me parece ser o mais correto, não é disso que o Brasil precisa. Nós precisamos de diálogo, de verdade, de sabedoria para encontrar as saídas de que o nosso país precisa, sem jogar a população contra o Congresso. Sem estressar um ambiente que já não é tão satisfatório. O governo precisa entender que o Legislativo também tem uma relação de parceria e lealdade, mas pode discordar de algo que o Executivo propõe”, declarou Motta.

O presidente da Câmara negou que houve uma “traição” ao Planalto por ter pautado a votação que derrubou o decreto do governo sobre o IOF. De acordo com o parlamentar, apesar da reunião que ocorreu na residência oficial da Câmara com a cúpula do Congresso e ministros do governo antes da edição do novo decreto, quando o texto saiu a rejeição ao aumento do imposto continuou.

“A rejeição ao decreto do IOF continuou mesmo após essa reunião e muito se tem dito: “não, foi uma reunião histórica”. E foi mesmo, porque foi a primeira vez que a Câmara e o Senado se reuniram conjuntamente para discutir a situação econômica do país. Foi isso que foi naquela noite para nós o ponto alto”, argumentou Motta.

O político da Paraíba também declarou que a afirmação de que o IOF é um imposto que só abrange classes mais abastadas não é verdadeira.

“Essa narrativa de tentar dizer que o IOF é um imposto que só pegam as classes mais abastadas, os ricos, ela não é verdadeira. É um imposto que tem um efeito difuso em toda a cadeia do nosso país, ajudando inclusive a aumentar a inflação e o custo para micro e pequenos empreendedores, para pessoas que viriam a sofrer com essa medida do governo”, disse.

“Congresso não protege ricos em detrimento de pobres”

Envolto em manifestações negativas nas redes sociais nas últimas semanas, Motta disse que a afirmação de que o Congresso protege os ricos em detrimento dos pobres também é mentirosa.

“Essa narrativa de dizer que o Congresso está protegendo os ricos em detrimento dos pobres, ela não é verdadeira, até porque nós temos ajudado o governo em todas as medidas sociais que estão sendo tomadas, todos os programas sociais que estão sendo feitos. Tudo isso só está sendo viabilizado porque o Congresso, desde o primeiro momento, teve ali o seu papel fundamental em apoiar essas medidas, e nós vamos continuar a fazê-lo. Porque isso é bom para o país. Como vamos sim aprovar a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil”, destacou.

Ele disse estar aberto ao diálogo para resolver o impasse em relação ao IOF, mas também para debater outros temas com o Planalto.

“Nós temos total disposição de dialogar, queremos conversar com o poder Judiciário, com o poder Executivo, retomar o diálogo e a partir daí encontrarmos as saídas necessárias, não só para esse problema, mas para todos os outros que nós teremos que enfrentar de agora por diante”, afirmou.

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