O ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, reforçou nesta terça-feira (24), que recebeu do general Braga Netto uma quantia de dinheiro em uma sacola de vinho para repassar a militares.
O tenente-coronel participou de uma acareação com Braga Netto. Na ocasião, disse que pediu dinheiro ao general logo após uma reunião sobre a possibilidade de uma mobilização em favor da permanência de Bolsonaro na Presidência.
“Aí eu fui procurar o general Braga Netto sabia o que tinham planejado e falei: ‘General, eu não sei o que foi conversado aí, mas eles estão precisando de dinheiro”, disse.
“Aí eu não me recordo a data, mas talvez uma ou duas semanas depois, o general Braga Netto me entrega dinheiro. Acho que foi… Eu não me engano, mas eu creio que foi quando o De Oliveira esteve no Alvorada. Ele me entregou um… era tipo uma coisinha de vinho assim, de presente de vinho, com dinheiro. Eu não contei, não sei quanto, tava grampeado e aí o De Oliveira veio buscar o dinheiro. Então, eu peguei o dinheiro e passei para o De Oliveira”, acrescentou.
Braga Netto, no entanto, negou o repasse de dinheiro e afirmou que não entregou qualquer quantia a Mauro Cid.
Durante a acareação, Cid afirmou que a sacola de vinho estava lacrada e que não chegou “a ver o dinheiro”. Ele ainda afirmou que estimou o valor aproximado pelo peso da sacola, mas que em nenhum momento a abriu.
Ao ser indagado sobre seu depoimento anterior, datado de 19 de novembro, Cid explicou que não mencionou a entrega do dinheiro naquele momento porque ainda se encontrava em choque devido à prisão de seus companheiros.
Questionado pelo advogado do General Braga Netto sobre a relevância de informar à Polícia Federal sobre a questão do dinheiro, o réu reafirmou que seu estado de choque foi o motivo para não ter mencionado o fato anteriormente.
Quando questionados por Moraes, ambos os réus reafirmaram que conversaram sobre a possibilidade de pedir recursos ao PL, iniciativa que partiu de Mauro Cid.
De acordo com o documento sobre a acareação, Cid teria procurado Braga Netto, que, por sua vez, orientou que ele entrasse em contato com o então tesoureiro do PL, o Coronel Azevedo. O tesoureiro teria informado a impossibilidade de fornecer qualquer quantia
Acareação
A acareação entre Cid e Braga Netto aconteceu nesta terça-feira (24). O objetivo da audiência era esclarecer versões contraditórias em seus depoimentos no âmbito da ação que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O procedimento aconteceu em portas fechadas na sala do Supremo Tribunal Federal (STF).
A sessão foi conduzida presencialmente pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes e acompanhada pelo ministro Luiz Fux. Moraes autorizou a presença dos advogados dos réus na sessão, mas proibiu a gravação de áudio e vídeo os participantes na audiência.
Por Por Brasília
Fonte CNN Brasil
Foto: Ton Molina/STF
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