Justiça de SP aceita pedido de recuperação judicial da Unigel

A Justiça de São Paulo aceitou, na sexta-feira (10/10) o pedido de recuperação judicial (RJ) feito pela Unigel, uma das maiores produtoras de fertilizantes do país. No processo, a empresa declara dívidas de R$ 5,4 bilhões, conforme o Metrópoles havia anunciado.

A RJ foi deferida pela 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. Na sexta-feira, a empresa divulgou uma nota na qual informou que o pedido tinha como “objetivo viabilizar a readequação de sua estrutura de capital e a preservação de suas atividades”.

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Na solicitação da RJ, a Unigel afirmou que houve uma queda abrupta dos spreads internacionais de produtos químicos e petroquímicos. Esse baque foi associado a um excesso de oferta global, causado pelo aumento da produção na China desses itens. Isso além da elevação de preços de matérias-primas essenciais à produção de fertilizantes e derivados.

Em 2023, o grupo tentou negociar dívidas por meio de uma recuperação extrajudicial (RE), homologada em novembro de 2024. A RE é mais ágil do que a RJ, uma vez que a negociação é feita diretamente com os credores. Se houver consenso, o acordo pode ser homologado pela Justiça.

Desequilíbrio de caixa

Segundo a Unigel, a RE reestruturou parte do passivo financeiro, mas deixou de fora fornecedores e alguns credores operacionais, o que manteve a companhia exposta a novas cobranças e execuções. Além disso, as premissas que davam sustentação à recuperação extrajudicial não se concretizaram e os atrasos no desembolso de financiamentos aumentaram o desequilíbrio de caixa.

Depois disso, em agosto de 2025, o grupo ajuizou uma tutela cautelar antecedente para tentar uma nova mediação. De acordo com a Unigel, a resistência de alguns credores financeiros e comerciais, que retomaram as ameaçaram de interromper serviços essenciais da companhia, tornou inviável o avanço desse processo. Daí a justificativa para o pedido de recuperação judicial.

A dívida declarada pela Unigel no pedido de RJ é de R$ 5,470 bilhões, mas não inclui os débitos entre as empresas do grupo (chamados de “intercompany”, no jargão).

Créditos da Noticias

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