A Axia Energia, antiga Eletrobras, fechou o terceiro trimestre deste ano com uma queda expressiva no lucro líquido, em relação ao mesmo período de 2024.
De acordo com os resultados divulgados pela companhia na noite dessa quarta-feira (5/11), o lucro da empresa no período entre julho e setembro ficou em R$ 2,2 bilhões, o que representou um tombo anual de 68%.
Segundo a antiga Eletrobras, o resultado trimestral foi impactado, principalmente, por questões regulatórias envolvendo os contratos de transmissão de energia.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) somou R$ 6,382 bilhões no terceiro trimestre, com alta de 16% em relação ao trimestre anterior.
Receita e dívidas
Ainda de acordo com o balanço financeiro da Axia, a Receita Operacional Líquida (ROL) foi de R$ 10 bilhões no terceiro trimestre, com uma queda de 9,4% na comparação anual. Em relação ao segundo trimestre, houve baixa de 1,9%.
Já a dívida líquida ajustada da companhia terminou o terceiro trimestre em R$ 72 bilhões, o que correspondeu a uma alta de 4,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
Os investimentos da Axia Energia totalizaram R$ 2,7 bilhões no trimestre, com um aumento de 57% na comparação anual.
Dividendos
A antiga Eletrobras também anunciou a distribuição de dividendos aos seus acionistas, no valor de R$ 4,3 bilhões. O pagamento está previsto para o dia 19 de dezembro.
Os dividendos são a parcela do lucro líquido que uma empresa distribui aos seus acionistas. Também são chamados de dividendos os rendimentos distribuídos periodicamente pelos fundos imobiliários aos seus cotistas.
“O valor foi viabilizado pela redução de riscos da empresa, robustos resultados alcançados e visão resiliente de preços em 2026 e reflete a metodologia de alocação de capital da Axia Energia. Com este novo pagamento, a companhia distribuirá no exercício de 2025, R$ 8,3 bilhões de dividendos, reforçando o seu compromisso com a disciplina financeira e a geração de valor aos acionistas”, informou a empresa.
Os dividendos da Axia serão de R$ 1,58 por ação preferencial classe A, de R$ 2,08 por ação preferencial classe B e de R$ 1,89 por ação ordinária e “golden share” (ação especial que concede ao seu detentor poderes de veto e controle sobre decisões estratégicas de uma empresa, mesmo com participação minoritária).
Eletrobras de nome novo
No fim de outubro, a Eletrobras anunciou que estava mudando de nome e passaria a se chamar Axia Energia.
De acordo com a Eletrobras, a nova identidade da empresa consolida o processo de transformação iniciado em 2022, quando a companhia foi privatizada, que tem a tornado mais “inovadora, ágil e preparada para responder aos desafios tecnológicos, regulatórios e de mercado”.
O novo nome, Axia, tem origem grega e significa “valor”. Segundo a Eletrobras, o termo também remete à ideia de “eixo”, aquilo que conecta, sustenta e gera movimento.
“A iniciativa reflete a convicção de que o futuro da energia será construído por empresas sólidas, confiáveis e capazes de catalisar negócios que impulsionam o desenvolvimento econômico sustentável”, informou a companhia.
Desde o dia 10 de novembro, os códigos de negociação das ações da Eletrobras na Bolsa de Valores do Brasil (B3) passaram a ser “AXIA3” (para as ações ordinárias), “AXIA5” (ações preferenciais classe A) e “AXIA6” (ações preferenciais classe B).
Ainda segundo comunicado enviado pela companhia à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a mudança de nome da Eletrobras não acarreta mudança nos compromissos contratuais, empresariais ou regulatórios.
A Eletrobras foi fundada em 1962 como Centrais Elétricas Brasileiras. Inicialmente, a empresa era uma estatal para coordenar todo o setor elétrico do país.
Em 2022, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a Eletrobras foi privatizada, após passar por uma série de reestruturações. A capitalização diminuiu a participação do governo no capital votante da companhia para cerca de 42%. Com isso, a União deixou de ser acionista majoritária.
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