O convite é uma oportunidade para que os alunos de espanhol tenham uma vivência da cultura do país
Por Monalisa Silva, Ascom/SEEDF
Alunas do CIL 02 e equipe da SEEDF celebram com o ministro de Assuntos Culturais do México, José Manuel Cuevas López | FOTO: André Amendoeira, Ascom/SEEDF
Celebrar a vida e aqueles que já faleceram, esse é o propósito de uma das mais conhecidas tradições mexicanas. E na comemoração da data neste ano, a Embaixada do México convidou discentes do Centro Interescolar de Línguas (CIL) 02, da Asa Norte, para participar do evento de Día de los Muertos (Dia dos Mortos) realizado na terça-feira (4) no Espaço Cultural Alfonso Reyes. O convite dá continuidade ao intercâmbio cultural entre a delegação do país no Brasil e a Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF).
Para abrir a noite festiva, o ministro de Assuntos Culturais do México, José Manuel Cuevas López, e o encarregado de Negócios, a.i. da embaixada do México, Alejandro Ramos Cardoso discursaram a respeito do significado da data. Segundo Alejandro, o dia dos mortos não é uma celebração da ausência, mas uma ocasião para lembrar de um dia em que as cores, os sabores e os aromas misturam-se para construir uma ponte entre o mundo dos vivos e o dos mortos.
“Hoje, nos reunimos para comemorar uma das tradições mais emblemáticas do meu país, o Dia dos Mortos, a festa dos mortos, que nada mais é do que a festa da vida. E como é isso possível? Não faz sentido, né? Porém, meus amigos e minhas amigas, faz todo o sentido se concebermos a vida e a morte como parte de um mesmo ciclo”.
O encarregado de Negócios, a.i. da embaixada do México, Alejandro Ramos Cardoso, e o ministro de Assuntos Culturais do México, José Manuel Cuevas López | Foto: André Amendoeira, Ascom/SEEDF.
Ele explicou que para os povos originários mexicanos, a morte não significava o fim da vida: “É apenas uma etapa a mais de viagem. Hoje, é uma data que nós homenageamos aqueles que já não estão fisicamente conosco, mas que estão com a sua presença nas nossas vidas, na nossa memória e nas nossas lembranças”, declarou.
A festividade contou com a presença de autoridades, diplomatas, representantes culturais e convidados, e a programação incluiu apresentação de uma banda de “mariachis”, abertura do altar, premiação para os 30 convidados melhor caracterizados e também degustação de pratos e bebidas tipicamente mexicanos.
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O ministro Cuevas afirmou que um dos propósitos das atividades culturais promovidas pela Embaixada é estabelecer novas alianças, contatos e colaborações. “Este ano tivemos a experiência muito grata de contar com a participação dos estudantes de espanhol do CIL 02. Queremos ampliar esta colaboração porque, para nós, o ensino do espanhol nas escolas públicas de Brasília é uma tarefa fundamental, e nossas atividades culturais estão orientadas para isso,” disse.
A estudante do 4º semestre de espanhol do CIL 02, Sariní Lima, sentiu-se honrada com o convite para a experiência. “Acho que faz todo o sentido a troca cultural. Quando a gente fala de aprendizado de um novo idioma, vivenciar a cultura dessa nova língua. É uma alegria estar aqui, porque além da diversão, é um ambiente de muito aprendizado”.
Mariachis fazem apresentação de músicas típicas do México em celebração ao Día de Los Muertos | FOTO: André Amendoeira, Ascom/SEEDF
Imersão cultural
Os Centros Interescolares de Línguas destacam-se não apenas pelo ensino de idiomas, mas também por promover experiências que aproximam os estudantes de culturas de outros países. Nesse sentido, a chefe do Núcleo de Língua Estrangeira da SEEDF, Fernanda Cavalini, ressaltou que a parceria com as embaixadas tem sido um passo importante, abrindo portas para o diálogo intercultural e criando oportunidades reais de contato com a diversidade linguística e cultural do mundo.
“Essas ações permitem que os alunos vivenciem na prática o que aprendem em sala de aula, ampliando horizontes, despertando o interesse por novas formas de comunicação e fortalecendo o papel da educação como ponte entre povos e culturas”, reforçou.
Além das parcerias com embaixadas e outras instituições de ensino, como o Instituto Cervantes e a Aliança Francesa, as unidades do CIL também organizam atividades pedagógicas para conectar os alunos aos costumes de diferentes países. É o caso da Feira Internacional do CIL 01, a Semana Internacional do CIL Gama, festas de Halloween, entre outras.
A coordenadora do curso de Espanhol do CIL 02, Cibele Chaves, ressaltou a relevância do intercâmbio cultural para o processo de aprendizagem. “É o momento que eles vivem aquilo que leem nos livros, e que, às vezes, é uma realidade distante. Muitos não têm oportunidade de sair do Brasil, conhecer outro país. Então, quando uma embaixada abre suas portas e traz os alunos para vivenciarem in loco essa cultura tão rica, para eles, é algo deslumbrante. Eles ficam encantados e motivados a continuar, a estudar mais, a buscar mais e eles se sentem valorizados”.
Altar decorado para o Día de Los Muertos com flores de calêndula, caveiras de açúcar e chocolate, pão dos mortos, água, velas e outros itens | Foto: André Amendoeira, Ascom/SEEDF
Día de los Muertos
O Día de los Muertos é uma tradição da cultura mexicana que foi declarada pela Unesco, em 2003, um Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Tem origem nas raízes indígenas das culturas nativas da Mesoamérica que, de acordo com os historiadores, fundiu-se com as crenças católicas e originou um feriado que sofreu outras influências ao longo dos anos.
A celebração começa no final de outubro e dura alguns dias (até 2 de novembro) para lembrar familiares e entes queridos falecidos cujas almas regressam por uma noite para partilhar o mundo dos vivos.
Por essa razão, os altares são decorados com flores de calêndula, onde são incluídas caveiras de açúcar e chocolate, pão dos mortos, água, velas, frutas, vinho e outros alimentos e bebidas favoritas dos ancestrais.
















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