A questão do home office, com seus prós e contras, já ocupa parte significativa do debate sobre o trabalho nos tempos pós-Covid. Agora, a discussão deve se acentuar, depois que o Itaú, o maior banco do Brasil, promoveu uma demissão em massa entre seus funcionários na segunda-feira (8/9).
Isso porque o banco apontou que os desligamentos foram provocados por uma “revisão criteriosa de condutas relacionadas ao trabalho remoto e registro de jornada”. “Em alguns casos, foram identificados padrões incompatíveis com nossos princípios de confiança, que são inegociáveis para o banco”, disse a instituição financeira, por meio de comunicado.
Desde a manhã de segunda-feira, os cortes já vinham sendo comentados nas redes sociais. Os posts citavam que os alvos das dispensas eram funcionários que ligavam seus computadores, mas não trabalhavam regularmente.
Comentários à parte, o fato é que o pente-fino feito pelo banco no home office resultou em cerca de mil demissões, embora a instituição financeira não tenha divulgados o número oficial de pessoas cortadas. Ao todo, o Itaú tem aproximadamente 100 mil funcionários.
Dúvidas globais
Tal medida não representa, diretamente, um retrocesso no sistema de trabalho remoto, mas gigantes globais já se posicionaram contra a modalidade. Esse foi o caso da Amazon, que acabou com o home office no início do ano.
A Dell, outra big tech, não descartou o home office, mas o feriu gravemente. Anunciou que empregados em trabalho remoto não seriam considerados para promoções e nem poderiam se candidatar a novas posições na fabricante de computadores. As medidas, adotadas no início deste ano, foram uma fora de forçar a volta ao presencial.
Sindicato critica
Ainda sobre o caso do Itaú, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região divulgou nota repudiando as demissões. “Apenas no último semestre, o Itaú obteve lucro superior a R$ 22,6 bilhões, com rentabilidade em alta, consolidando-se como o maior banco do país em ativos. É inaceitável que uma instituição que registra lucros bilionários promova demissões em massa sob a justificativa de ‘produtividade’”, diz o texto.
Ele acrescenta que o “movimento sindical bancário não foi procurado para discutir alternativas de recolocação desses funcionários em outras áreas”.
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