Em silêncio pré-Copom, Galípolo destaca Pix e “agenda evolutiva” do BC

O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, voltou a se manter em silêncio sobre a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para a próxima semana, que definirá a nova taxa básica de juros do país.

Nesta quarta-feira (11/6), o chefe da autoridade monetária participou da abertura do 3º Simpósio Liberdade Econômica, em Brasília, e se limitou a destacar o avanço das inovações tecnológicas do BC, com destaque para as novas modalidades do Pix, evitando qualquer comentário a respeito da taxa de juros ou do encontro do Copom nos dias 17 e 18.

Galípolo adotou o mesmo comportamento ao participar de um outro evento, na véspera, promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo.

Na ocasião, o chefe do BC disse não poderia fazer declarações públicas a respeito da reunião do Copom em função do período conhecido como “blecaute” – no qual os membros do comitê ficam em silêncio e não tratam do encontro do colegiado ou de temas relativos à política monetária, para evitar eventual influência sobre a decisão final.

Na última reunião do Copom, no início de maio, a Selic subiu 0,5 ponto percentual, para 14,75% ao ano – o maior valor em quase duas décadas. Para a próxima reunião do colegiado, na semana que vem, o mercado se divide entre a possibilidade de alta de 0,25 ponto percentual ou de manutenção da taxa.

A elevação da taxa de juros é o principal instrumento dos bancos centrais para controlar a inflação. Segundo economistas e analistas do mercado ouvidos pelo Metrópoles, a desaceleração da inflação no Brasil indica que se aproxima o fim do ciclo de alta de juros no país.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, ficou em 0,26% em maio deste ano, ante 0,43% em abril. Foi o terceiro mês seguido de desaceleração no indicador.

No acumulado entre janeiro e maio deste ano, o IPCA ficou em 2,75%. No período de 12 meses até maio, foi de 5,32%.

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Agenda de inovação

No seminário em Brasília, Galípolo celebrou as novas “entregas” do BC em relação ao Pix, chamadas por ele de um pacote “Pix 2.0” – como o Pix Automático, o Pix por Aproximação e o Pix Parcelado.

“O tema da liberdade econômica, das opções, das escolhas, do empreendedorismo, está diretamente relacionado com o que é a agenda evolutiva e de desenvolvimento do BC. Oferecer opções às pessoas e criar uma infraestrutura e um ambiente regulatório e legal para que o empreendedorismo possa se desenvolver e fazer coisas novas”, disse Galípolo.

“Eu fico muito contente com as entregas que nós estamos conseguindo fazer com a agenda evolutiva, que eu acho que vão produzir mais uma revolução no mercado financeiro brasileiro, que é referência para o mundo”, prosseguiu o presidente do BC.

“Estamos avançando graças ao BC, que tem um corpo técnico de excelência, a um mercado financeiro que é altamente competitivo e ao empreendedorismo de brasileiros”, completou.

A “revolução” do Pix

Segundo dados divulgados pelo BC na segunda-feira (9/6), o volume diário de transações feitas pelo Pix atingiu um novo recorde na última sexta-feira (6/6). Foram registradas 276,7 milhões de transações em um único dia. Ao todo, as transferências somam R$ 135,6 bilhões.

O recorde anterior havia sido registrado em 20 de dezembro de 2024, a cinco dias do Natal. Na data foram 252,1 milhões de transações via Pix em um único dia.

Na semana passada, o próprio Galípolo participou do lançamento do Pix Automático, que facilitará o pagamento de contas recorrentes – como planos de saúde, contas de consumo e serviços por assinatura, entre outras.

O pagador autorizará uma única vez a cobrança recorrente, sem a necessidade de repetir o procedimento a cada pagamento. Na autorização, é possível definir regras, como valor máximo de cada débito e se haverá ou não uso da linha de crédito.

Segundo a autoridade monetária, antes de cada pagamento no Pix Automático, a empresa enviará a cobrança para o banco do cliente, que agenda o débito e notifica o usuário.

O pagador pode conferir os detalhes pelo aplicativo da instituição e, se estiver tudo certo, o pagamento será processado automaticamente na data combinada, dentro dos parâmetros definidos na autorização.

“O Pix é o dinheiro que anda na velocidade do nosso tempo. É o dinheiro que tem a velocidade das pessoas de hoje em dia, dos negócios e da informação”, disse Galípolo, na ocasião, em um evento também realizado em São Paulo.

Galípolo também voltou a citar o Pix Parcelado, nova modalidade que será uma linha de crédito formal (com cobrança de taxa de juros pelas instituições financeiras) e deve entrar em operação em setembro deste ano.

A ferramenta deve ser direcionada ao setor de varejo e, segundo o BC, pode aumentar as vendas de produtos e serviços, beneficiando cerca de 60 milhões de pessoas que hoje não têm acesso ao cartão de crédito.

Créditos da Noticias

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