A montadora japonesa Nissan, que enfrenta uma das maiores crises de sua história quase centenária, anunciou que vai encerrar as atividades de uma fábrica nas proximidades de Tóquio que já produziu mais de 17,8 milhões de veículos e opera há mais de 60 anos, desde 1961.
Entenda
- A medida faz parte do processo de reestruturação global por que passa a companhia, que precisa reduzir gastos e diminuir a operação em alguns mercados, com o objetivo de recuperar a lucratividade.
- A fábrica que será fechada está localizada na cidade de Yokosuka. A unidade deve fechar as portas até o fim de março de 2028, informou a Nissan.
- Cerca de 2,4 mil funcionários podem ser dispensados.
- A produção será transferida para as instalações da montadora na cidade de Fukuoka, no sul do Japão.
O que diz a Nissan
De acordo com o diretor-presidente da Nissan, Ivan Espinosa, que assumiu o cargo em abril deste ano, o fechamento da fábrica e as demissões são medidas “duras, mas necessárias”.
A Nissan já havia anunciado recentemente que cortará cerca de 20 mil empregos até março de 2028.
No primeiro trimestre de 2025, a montadora japonesa registrou um prejuízo de US$ 4,5 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões).
O objetivo da nova direção da companhia é diminuir sua capacidade global de produção dos atuais 3,5 milhões para 2,5 milhões de unidades. As unidades de produção teriam de ser reduzidas de 17 para 10.
No pregão desta quarta-feira (16/7) da Bolsa de Valores de Tóquio, as ações da Nissan fecharam em queda de 1,32%.
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Honda e Nissan confirmam fim de negociações e enterram fusão
Fusão com Honda não se concretizou
Em fevereiro, Nissan e Honda confirmaram oficialmente o fim das negociações em torno de uma possível fusão entre as duas empresas.
A Nissan não aprovou a proposta apresentada pela Honda de transformá-la em uma subsidiária integral.
As conversas entre as duas montadoras sobre uma eventual fusão começaram em dezembro do ano passado, mas travaram desde que a Honda passou a cogitar assumir o controle total da Nissan.
Inicialmente, a ideia de Honda e Nissan era a de anunciar o acordo pela fusão até o fim de janeiro.
Na época, Honda e Nissan informaram que vão prosseguir com a parceria em tecnologia automotiva anunciada em agosto do ano passado.
O possível acordo com a Honda e um suposto investimento da Tesla, do bilionário Elon Musk, que não aconteceu, eram vistos como possibilidades de “salvação” da Nissan.
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