O diagnóstico da doença de Alzheimer envolve uma série de etapas e exames, conforme explicado pelas neurologistas Sonia Brucki e Jerusa Smid, do HCFMUSP do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), durante o CNN Sinais Vitais deste sábado (3). O processo inicia-se com a queixa do paciente ou de um familiar sobre declínio cognitivo.
O primeiro passo é a avaliação objetiva realizada pelo médico, utilizando testes cognitivos que avaliam atenção, memória e função executiva. Esses testes são fundamentais para corroborar as queixas apresentadas ou, em alguns casos, descartar a suspeita de demência.
Investigação complementar
Após a confirmação das queixas, uma série de exames de sangue é solicitada. Estes incluem avaliação da função da tireoide, rins, fígado, níveis de vitamina B12 e até mesmo testes para sífilis. Além disso, uma “foto do cérebro”, seja por tomografia ou ressonância magnética, é considerada ideal para o diagnóstico.
Com base nesses exames e no quadro clínico típico, os médicos conseguem fazer um diagnóstico clínico com precisão em 95% dos casos. No entanto, em situações específicas, como em pacientes com início precoce da doença (antes dos 65 anos em pessoas escolarizadas ou 60 anos em analfabetos), pode ser necessário aprofundar a investigação.
Exames avançados
Para casos que geram dúvidas, exames mais sofisticados podem ser realizados. Entre eles, destaca-se o PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons) com glicose, que identifica áreas cerebrais mais ou menos funcionantes, revelando padrões característicos de várias doenças.
Outro exame avançado é o PET com marcador de amiloide, considerado o “padrão ouro” atual. Este exame permite visualizar, em tempo real, a deposição da proteína amiloide no cérebro, um marcador importante da doença de Alzheimer.
O diagnóstico precoce e preciso do Alzheimer é crucial para o manejo adequado da doença, permitindo intervenções terapêuticas mais eficazes e melhor planejamento do cuidado ao paciente.
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