Dólar sobe e Bolsa passa a cair no “day after” de Trump e Lula na ONU

Acompanhando o exterior, o dólar operava em alta nesta quarta-feira (24/9), com os investidores ainda repercutindo o aceno do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na véspera, durante a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

A partir de agora, a expectativa do mercado financeiro está voltada aos desdobramentos dessa aproximação entre Trump e Lula, com uma possível reunião entre os dois na semana que vem – o que pode ter efeitos sobre o tarifaço comercial e as sanções aplicadas pela Casa Branca ao Brasil.

Dólar

  • Às 14h29, o dólar subia 0,73%, a R$ 5,318.
  • Mais cedo, às 13h10, a moeda norte-americana avançava 0,8% e era negociada a R$ 5,322.
  • Na cotação máxima do dia até aqui, o dólar bateu R$ 5,321. A mínima é de R$ 5,294.
  • No dia anterior, o dólar terminou a sessão em forte queda de 1,1%, cotado a R$ 5,279. Foi o menor valor em 15 meses, desde junho de 2024.
  • Com o resultado, a moeda dos EUA acumula perdas de 2,63% em setembro e de 14,57% em 2025 frente ao real.

Ibovespa

  • O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), passou a operar em leve baixa no início da tarde.
  • Às 14h33, o Ibovespa recuava 0,19%, aos 146,1 mil pontos.
  • Na véspera, o indicador fechou o pregão em alta de 0,91%, aos 146,4 mil pontos. Foi o oitavo recorde do índice em apenas dois meses, desde julho.
  • Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula ganhos de 3,54% no mês e de 21,73% no ano.
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O “day after” de Trump e Lula

Nesta quarta-feira, os investidores seguem repercutindo o ensaio de aproximação entre Donald Trump e Lula, que discursaram, na véspera, na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York.

A expectativa é que os dois presidentes conversem na próxima semana, por telefone ou videoconferência – as chances de um encontro presencial são consideradas remotas. Lula permanece nos EUA até esta quarta-feira e participa da segunda edição do evento “Em Defesa da Democracia”.

“Nós o vimos, eu o vi. Ele me viu e nos abraçamos. E, então, eu disse: ‘Você acredita que vou falar em apenas dois minutos?’ Na verdade, combinamos de nos encontrar na semana que vem. Não tivemos muito tempo para conversar, uns vinte segundos e pouco, pensando bem”, disse Trump em seu discurso na ONU.

A Casa Branca aplicou tarifas de 50% sobre alguns produtos brasileiros em decorrência do que Trump chamou de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alvo de ações no Judiciário. “Estou muito insatisfeito com isso. Eu conheço o presidente Bolsonaro, não tão bem, mas o conheço como líder de um país”, afirmou Trump.

Apesar disso, durante discurso na ONU, o republicano voltou a afirmar que as taxas aplicadas contra o Brasil são uma forma de defender os interesses norte-americanos. “O Brasil agora enfrenta tarifas pesadas em resposta aos esforços sem precedentes para interferir nos direitos e liberdades de cidadãos americanos e de outros países, com censura, repressão”, completou Trump.

Declarações de Powell

O mercado também repercute declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), Jerome Powell, na véspera, em que foi cauteloso em relação a possíveis novos cortes de juros pela autoridade monetária norte-americana nos próximos meses.

Em seu último encontro, na semana passada, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed cortou os juros em 0,25 ponto percentual, para o intervalo entre 4% e 4,25% ao ano. Foi a primeira redução da taxa de juros nos EUA neste ano.

A maior parte dos analistas do mercado espera que o Fed faça mais dois cortes de 0,25 ponto percentual ainda em 2025. Segundo Powell, no entanto, ainda é cedo para esse tipo de prognóstico.

“Os riscos de curto prazo para a inflação estão inclinados para cima e os riscos para o emprego, para baixo. É uma situação desafiadora”, disse o presidente do Fed.

“Quando nossos objetivos estão em uma tensão como esta, nossa estrutura nos chama para equilibrar ambos os lados de nosso mandato duplo”, completou Powell.

Créditos da Noticias

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