Dólar sobe e Bolsa oscila à espera de tarifaço e juros no Brasil e EUA

O dólar operava em alta nesta quarta-feira (30/7), em um dia movimentado nas agendas econômicas doméstica e internacional, com o anúncio da taxa de juros no Brasil e nos Estados Unidos.


Dólar

  • Às 14h41, o dólar subia 0,49%, a R$ 5,560.
  • Mais cedo, às 13h51, a moeda norte-americana avançava 0,43% e era negociada a R$ 5,597.
  • No dia anterior, o dólar fechou em queda de 0,38%, cotado a R$ 5,569.
  • Com o resultado, a moeda dos EUA acumula ganhos de 2,49% no mês e perdas de 9,88% no ano frente ao real.

Ibovespa

  • O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), passou a operar sob forte volatilidade nesta tarde.
  • Às 14h39, o indicador recuava 0,08%, aos 132,6 mil pontos, praticamente estável.
  • Na véspera, o indicador fechou o pregão em alta de 0,45%, aos 132,7 mil pontos.
  • Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula baixa de 4,41% em julho e valorização de 10,34% em 2025.

Fed e Copom anunciam taxa de juros

“Superquarta” é o termo usado no mercado financeiro para o dia em que coincidem as divulgações das taxas básicas de juros no Brasil e nos EUA.

É o caso dessa quarta-feira, data na qual tanto o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) quanto o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, o BC americano) anunciam o resultado de suas reuniões, que começaram na véspera.

A taxa básica de juros é o principal instrumento do Banco Central (BC) para controlar a inflação. A Selic é utilizada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia.

Quando o Copom aumenta os juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que se reflete nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Assim, taxas mais altas também podem conter a atividade econômica.

Ao reduzir a Selic, por outro lado, a tendência é a de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

Em sua última reunião, em junho, o Copom anunciou o aumento de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, que passou a 15% ao ano – o maior valor em quase duas décadas.

A maioria das projeções do mercado financeiro para o Copom indica a manutenção do patamar atual da Selic.

Nos EUA, a tendência é que o Fed também não mude a taxa de juros da economia norte-americana na reunião desta semana, apesar das pressões públicas feitas pelo presidente Donald Trump, que vem cobrando a redução da taxa.

Em sua última reunião, em junho, o Fed anunciou a manutenção da taxa básica de juros no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano. A reunião foi a quarta consecutiva na qual a autoridade monetária norte-americana manteve inalterada a taxa de juros.

Antes das quatro últimas reuniões, o Fed tinha levado a cabo um ciclo de três quedas consecutivas dos juros nos EUA, que começou em setembro do ano passado – o primeiro corte em cinco anos.

Desde então, o BC norte-americano sempre deixou claro que era necessário manter a cautela e analisar cuidadosamente os indicadores econômicos para tomar suas decisões de política monetária.

Segundo dados divulgados pelo Departamento do Trabalho, a inflação nos EUA ficou em 2,7% em junho, na base anual, ante 2,4% registrados em maio. Na comparação mensal, o índice foi de 0,3%, ante 0,1% em maio.

Contagem regressiva para o tarifaço

Outro destaque econômico desta semana, que vem sendo monitorado de perto pelos investidores, é o fim do prazo dado pela Casa Branca para a entrada em vigor das novas tarifas comerciais anunciadas pelo governo Trump sobre diversos países, inclusive o Brasil.

A apenas dois dias do fim do prazo estipulado pelo governo dos EUA para que os demais países entrem em um acordo com Washington a respeito das tarifas, em 1º de agosto, o Brasil vai ficando no fim da fila e com chances cada vez menores de escapar do chamado “tarifaço”.

No último domingo (27/7), após uma reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em Edimburgo (Escócia), Trump confirmou que EUA e União Europeia (UE) chegaram a um acordo sobre as tarifas.

Também no domingo, em entrevista à Fox News, o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmou que a nova rodada do tarifaço de Trump entrará mesmo em vigor na próxima sexta-feira, sem possibilidade de prorrogação do prazo determinado pela Casa Branca.

O Brasil é o país que foi alvo das maiores taxas. Trump anunciou a aplicação de tarifas extras de 50% sobre todos os produtos exportados pelo Brasil aos norte-americanos. Até o momento, não houve avanço significativo nas negociações entre os governos brasileiro e dos EUA.

Os EUA também instauraram investigação comercial, aberta pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR, na sigla em inglês), a pedido de Trump. O governo norte-americano afirma que a análise pretende investigar supostas práticas comerciais desleais do Brasil em relação aos EUA e cita como exemplo as recentes disputas judiciais envolvendo plataformas digitais.

Nessa terça-feira (29/7), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que as conversas com os EUA melhoraram nesta semana. Ele ainda criticou alimentar uma “tensão” entre os países e defendeu o diálogo. “Quer dizer, não faz sentido alimentar essa tensão. Brasileiros lá [nos EUA] alimentarem essa tensão”, avaliou Haddad a jornalistas na entrada do Ministério da Fazenda.

Segundo o ministro, a tensão que existe na negociação com os EUA se dissipará e dará espaço à racionalidade. “Nós vamos chegar a um denominador [comum nas tratativas]”, reforçou ele.

“Se depender do Brasil essa tensão desaparece, porque ela é artificial. É reproduzida por pessoas do próprio país”, disse, em referência aos parlamentares brasileiros que atuam nos EUA para buscar sanções contra o Judiciário e o governo federal.

Créditos da Noticias

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