O dólar registrou alta de 0,33% em relação ao real, cotado a R$ 5,33, nesta segunda-feira (22/9). Já o Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), fechou em queda de 0,52%, aos 145.109 pontos. Com isso, o indicador afastou-se das máximas históricas alcançadas na última semana.
Na avaliação de Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, o mercado brasileiro iniciou a semana em clima de cautela. Tal comportamento foi resultado de nova sanção imposta pelo governo de Donald Trump, desta vez, contra a esposa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Nesta segunda-feira, o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Tesouro americano aplicou a Lei Magnitsky contra a empresa LEX – Institutos de Estudos Jurídicos, da qual Viviane Barci de Moraes, a esposa do ministro do STF, e seus filhos são sócios. Em julho, o governo americano já havia incluído Moraes na legislação, em tese, utilizada para punir estrangeiros por abusos na área de direitos humanos ou corrupção.
Além disso, o governo Trump também anunciou nesta segunda-feira a retirada do visto de entrada nos EUA de sete autoridades brasileiras. Na lista, consta o advogado-geral da União, Jorge Messias.
Novas retaliações
Para Shahini, com a punição no radar, os investidores ficaram assustados com a possibilidade de uma ampliação das medidas. “O temor de tarifas ou restrições a negócios, que possam atingir empresas estratégicas e figuras do cenário político brasileiro, pesou na sessão de hoje, resultando na queda das ações do setor financeiro e ampliando a percepção de risco no mercado”, diz o analista.
Ele acrescenta que esse recuo ocorreu depois de um período de otimismo com o Ibovespa, que atingiu máximas históricas na semana passada, impulsionado, principalmente, pelo início do corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) no EUA. Desde julho, o principal índice da B3 bateu sete recordes.
Efeito no dólar
Na sessão desta quarta-feira, a moeda americana valorizou-se pelo mesmo motivo, ou seja, o temor de uma nova onda de represálias. “Com isso, o real se descolou do comportamento do dólar no exterior, que apresentou queda em relação às principais moedas na sessão de hoje”, afirma Shahini. “Além disso, a semana está carregada com a divulgação de indicadores econômicos importantes, tanto no Brasil quanto no exterior, o que contribui para um posicionamento mais defensivo no pregão.”
O analista observa que a agenda semanal inclui a veiculação de dados como o IPCA-15, a ata do Copom e o Relatório de Política Monetária no Brasil, além do PIB dos Estados Unidos.
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