Dólar sobe com juros nos EUA e menor otimismo sobre reunião Lula-Trump

Os mercados de câmbio e ações operaram nesta quarta-feira (24/9) numa clara demonstração de cautela dos investidores. Com isso, o dólar registrou alta de 0,90% frente ao real, cotado a R$ 5,32. O Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), teve ligeiro avanço de 0,05%, aos 146.491 pontos, batendo o nono recorde de fechamento desde julho. Ainda assim, por ser pequena, a variação indica estabilidade do indicador.

No mundo, o dia foi de valorização da moeda americana. O índice DXY, que mede a força do dólar em relação a uma cesta de seis divisas de países desenvolvidos, avançava 0,66% às 16h50, pouco antes do fechamento do mercado no Brasil, que ocorre às 17 horas.

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Na avaliação de Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, a apreciação do dólar no Brasil foi resultado, notadamente, de dois fatores. O primeiro deles foi externo e resultou de declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell.

Em discurso na terça-feira (23/9), em Rhode Island, Powell voltou a falar da necessidade de “vigilância” contra a inflação. Na prática, o que ele fez foi não dar garantias mínimas de que haverá novo corte da taxa de juros americana em outubro, como era até então amplamente esperado pelo mercado.

“As declarações aumentaram a percepção de que a política monetária americana pode permanecer mais restritiva por mais tempo”, diz Shahini. “O resultado foi um movimento global de fortalecimento do dólar, com o real acompanhando a tendência do dia.”

“Affair” Lula-Trump

Além disso, nota o analista, os investidores mostraram-se menos otimistas com os eventuais resultados da reunião prevista entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos EUA, Donald Trump, conforme anunciado ontem pelo próprio republicano, em discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.

“O cenário ainda é incerto e não existe consenso de como serão as negociações para a questão tarifária entre EUA e Brasil, ao menos no curto prazo”, afirma Shahini.

Na terça-feira, a empolgação do mercado com o anúncio da reunião entre os dois presidentes fez com que o dólar caísse para o menor patamar desde junho de 2024, a R$ 5,27. Já o Ibovespa bateu o oitavo recorde desde julho, terminando o pregão com alta de 0,91%, aos 146.424,94 pontos. Antes disso, a última máxima de fechamento havia sido alcançada em 19 de setembro, aos 145.832,96.

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