Dólar sobe com inflação nos EUA e ataque de Trump ao Brasil. Bolsa cai

Os mercados de câmbio e ações operaram em relativa estabilidade nesta quinta-feira (14/8), apesar de novas declarações feitas contra o Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Assim, o dólar registrou alta de 0,32% frente ao real, cotado a R$ 5,41. Na véspera, havia anotado elevação de 0,27%, a R$ 5,40. Já o Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), fechou em queda de 0,24%, aos 136.355 pontos.

No front do tarifaço, segue a agitação. Trump afirmou que o Brasil foi um péssimo parceiro comercial durante muitos anos, sendo um dos piores países do mundo nesse sentido. A menção foi feita em entrevista coletiva do republicano, na qual ele foi questionado se estaria preocupado com a aproximação comercial de países latino-americanos com a China. Isso como resultado das tarifas impostas pelos EUA.

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Mas não é só. Na quarta-feira, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, ex-senador republicano pela Flórida, havia publicado no X que a Casa Branca vai revogar vistos e impor restrições a autoridades brasileiras por causa da participação de cubanos no programa Mais Médicos.

Na postagem, ele disse que o Departamento de Estado agirá contra “vários funcionários do governo brasileiro” e ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde. Rubio definiu essas pessoas como “cúmplices do esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano”.

Dados econômicos

Os investidores também acompanharam nesta quinta-feira a divulgação de dados econômicos nos EUA. O Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês), que mede a inflação ao produtor americano, ficou acima das projeções de analistas do mercado em julho deste ano, de acordo com dados divulgados Departamento do Trabalho do governo norte-americano.

No mês passado, o indicador foi de 0,9%, na comparação com junho (quando o índice registrou variação nula). Já em relação ao ano anterior, a inflação ao produtor nos EUA foi de 3,3% (ante 2,4% do mesmo período de 2024). Ambos os resultados vieram acima das projeções do mercado, que eram de 0,2% (na base mensal) e 2,5% (na anual).

Elevação global do dólar

Na avaliação de Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, o índice de preços ao produtor (PPI), acima das previsões do mercado, reforçou sinais de pressão inflacionária na economia americana, elevando os rendimentos dos Treasuries (os títulos do Tesouro dos EUA) e sustentando a valorização global da moeda americana.

“O dado sugere que parte da alta do PPI pode refletir o impacto das tarifas impostas pelo governo Trump sobre produtos importados, alimentando expectativas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) realize apenas um corte de juros neste ano, possivelmente em setembro”, diz. “Isso reduz as chances de afrouxamento adicional em 2025. Esse quadro fortaleceu o dólar frente a emergentes, inclusive em relação ao real.”

O Índice DXY, que mede a força do dólar em relação a uma cesta com seis moedas de países desenvolvidos, operou em alta nesta quinta-feira. Ele registrou elevação de 0,42%, por volta das 17h30.

Serviços no Brasil

No Brasil, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, o  volume de serviços avançou 0,3% em junho, marcando o quinto resultado positivo seguido. No acumulado de 12 meses, alta ficou em 3%. O resultado foi puxado pelos transportes, que cresceram 1,5% no mês. O resultado, contudo, não foi considerado tão positivo, pois, segundo economistas ouvidos pelo Metrópoles há perspectiva de desaceleração à frente.

Ibovespa

Houve ainda forte queda das ações de maior peso no Ibovespa. Esse foi o caso da Vale, que caiu 1,24%, e da Petrobras, que recuou 0,79%. Isso apesar da alta do preço do petróleo no mercado mundial.

O barril com vencimento para outubro do tipo Brent, a principal referência internacional, por exemplo, subiu 1,84%, a US$ 66,84. Os agentes econômicos aguardam, agora, a reunião entre Trump e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no Alasca, na sexta-feira (15/8).

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