Dólar opera estável e Bolsa sobe com tarifaço e balanço da Petrobras

O dólar rondava a estabilidade nesta quinta-feira (7/8), um dia depois da entrada em vigor do tarifaço comercial imposto pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos importados do Brasil e na data em que passam a valer as chamadas “tarifas de reciprocidade” dos norte-americanos sobre diversos países.

No cenário doméstico, o mercado financeiro aguarda a divulgação dos resultados financeiros da Petrobras referentes ao segundo trimestre deste ano. Os dados saem após o fechamento do mercado.


Dólar

  • Às 10h11, o dólar caía 0,09%, a R$ 5,459, próximo da estabilidade.
  • Mais cedo, às 9h12, a moeda norte-americana avançava 0,03% e era negociada a R$ 5,465.
  • Na cotação máxima do dia até aqui, o dólar bateu R$ 5,471. A mínima é de R$ 5,452.
  • No dia anterior, o dólar fechou em queda de 0,78%, cotado a R$ 5,463.
  • Com o resultado, a moeda dos EUA acumula perdas de 2,46% em agosto e de 11,6% em 2025 frente ao real.

Ibovespa

  • O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), operava em alta no início do pregão.
  • Às 10h14, o Ibovespa avançava 0,6%, aos 135,3 mil pontos.
  • Na véspera, o indicador terminou o pregão em alta firme de 1,04%, aos 134,5 mil pontos.
  • Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula valorização de 1,1% no mês e de 11,85% no ano.

Tarifaço de Trump

O assunto que mais vem mobilizando os investidores, no Brasil e no mundo, é a nova rodada do tarifaço comercial anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre praticamente todos os países.

Nesta quinta, entraram em vigor as tarifas recíprocas norte-americanas sobre diversos países. A medida eleva os encargos sobre produtos estrangeiros que entram no mercado dos EUA. Trump a justificou como uma resposta a desequilíbrios comerciais e, em alguns casos, a questões de segurança pública.

As novas tarifas variam entre 10% e 41% a partir desta quinta. No entanto, mercadorias embarcadas para os EUA antes dessa data e que cheguem ao país até 5 de outubro estarão isentas da nova tributação.

A taxa mais alta, de 41%, foi imposta à Síria. Países como Laos e Mianmar foram sobretaxados em 40%. Suíça (39%), Iraque e Sérvia (35%), além de Argélia, Bósnia e Herzegovina, Líbia e África do Sul (30%) também estão entre os mais afetados.

A União Europeia (UE), o Japão e a Coreia do Sul passarão a enfrentar tarifas de 15% sobre determinados produtos. Já para Costa Rica, Bolívia e Equador, o encargo subiu de 10% para 15%.

O Brasil, por sua vez, manteve a alíquota base de 10% estabelecida em abril. No entanto, com o decreto de Trump que impõe sobretaxa de 40%, com exceção de quase 700 produtos, a maior parte das exportações brasileiras passou a ser tarifada em até 50%.

Nessa quarta-feira (76/8), Trump anunciou que o país vai impor tarifa de 100% sobre todos os chips e semicondutores importados. A medida, revelada durante coletiva no Salão Oval da Casa Branca, faz parte de uma nova ofensiva do governo para incentivar a produção nacional de componentes estratégicos e reduzir a dependência externa, especialmente da Ásia.

Segundo Trump, a tarifa não será aplicada às empresas que já produzem ou estejam em processo de construção de fábricas nos EUA.

O novo plano tarifário, no entanto, também sinaliza risco para quem apenas anuncia intenção de investir, mas não cumpre. Trump deixou claro que empresas que prometerem construir fábricas nos EUA, mas não concretizarem os projetos, serão cobradas com tarifas retroativas.

O anúncio representa uma escalada na política industrial norte-americana, que mira diretamente gigantes do setor de tecnologia, como Apple, Nvidia, TSMC, Micron, Amazon, Johnson & Johnson e SoftBank.

Lula diz que não vai se “humilhar”

Em entrevista à Reuters, na quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocou em dúvida a possibilidade de ligar para Trump para negociar a tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras. O titular do Planalto afirmou que não hesitará em conversar com o republicano, mas que, no momento, não vê espaço para diálogo.

“No dia em que minha intuição disser que Trump está pronto para conversar, não hesitarei em ligar para ele”, afirmou Lula. “Mas hoje minha intuição diz que ele não quer conversar. E eu não vou me humilhar.”

O governo brasileiro acionou a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas aplicadas pelo governo Trump. A medida é o primeiro passo em um processo formal de disputa comercial entre países. Nessa etapa, o país que se sente prejudicado – no caso, o Brasil – solicita que o autor da medida considerada injusta, os EUA, explique a decisão. As duas partes, então, têm um período para tentar chegar a um entendimento por meio do diálogo.

Se não houver acordo durante essa fase inicial, o Brasil poderá avançar para a próxima etapa: pedir à OMC a abertura de um painel, que funciona como um tribunal internacional para analisar o caso. Esse painel ouvirá os argumentos dos dois lados, avaliará se houve violação das regras do comércio internacional e poderá determinar medidas corretivas.

Petrobras divulga balanços

Na Bolsa, o grande destaque desta quinta-feira é a divulgação do balanço financeiro da Petrobras referente ao segundo trimestre. Os resultados da companhia serão divulgados à noite, após o fechamento do mercado.

Além da petrolífera, outras grandes empresas vão anunciar seus números, entre as quais Alpargatas, Assaí, Azul, B3, Caixa Seguridade, Energisa e Engie Brasil.

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