Dólar engata alta e Bolsa cai depois de anúncio do pacote pós-tarifaço

O dólar operava em alta na tarde desta quarta-feira (13/8), em um dia no qual as atenções do mercado financeiro estão voltadas ao anúncio do governo federal de um pacote de medidas de socorro aos setores da economia mais afetados pelo tarifaço comercial imposto pelos Estados Unidos sobre grande parte das importações brasileiras.

Dólar

  • Às 15h32, o dólar subia 0,26%, a R$ 5,399.
  • Mais cedo, às 14h46, a moeda norte-americana avançava 0,2% e era negociada a R$ 5,397.
  • Na cotação máxima do dia até aqui, o dólar bateu R$ 5,411. A mínima é de R$ 5,381.
  • Na véspera, o dólar fechou a sessão em forte queda de 1,06%, cotado a R$ 5,386 – foi o menor valor em mais de um ano, desde junho de 2024.
  • Com o resultado, a moeda dos EUA acumula perdas de 3,84% em agosto e de 12,85% em 2025 frente ao real.

Ibovespa

  • O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), operava em queda desde o início do pregão.
  • Às 15h37, o Ibovespa recuava 0,61%, aos 137 mil pontos.
  • No dia anterior, o indicador encerrou o pregão em disparada de 1,69%, aos 137,9 mil pontos.
  • Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula ganhos de 3,64% no mês e de 14,66% no ano.

Pacote pós-tarifaço no centro das atenções

O principal destaque do dia é o anúncio, pelo governo federal, das medidas de socorro aos setores da economia brasileira mais atingidos pelo tarifaço comercial de 50% imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, a grande parte dos produtos exportados pelo Brasil aos norte-americanos.

O pacote foi apresentado uma semana após o “tarifaço” de 50% sobre as exportações brasileiras entrar em vigor. O escopo das medidas foi montado pela equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos últimos dias.

O governo estima que 36% das exportações brasileiras serão sobretaxadas em 50% para entrar nos EUA, segundo o vice-presidente e ministro Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB).

A sanção comercial faz parte de um conjunto de medidas protecionistas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a diversos parceiros comerciais, como União Europeia, China e Índia.

Inicialmente, a imposição de tarifas unilaterais estava prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, mas o prazo foi prolongado pata 6 de agosto. Às vésperas do tarifaço, Trump assinou uma ordem executiva que oficializou a sobretaxa de 50% contra os produtos comprados do Brasil, além de isentar cerca de 700 produtos da taxação.

“Vou assinar uma MP que cria uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para as empresas brasileiras que porventura tiverem prejuízos com a taxação de Trump. Isso é o começo, não se pode colocar mais quando não se sabe quanto é. Vai ser uma política de crédito para ajudar sobretudo as pequenas empresas, quem exporta tilápia, fruta, mel etc”, antecipou Lula, na véspera, em entrevista à BandNews FM.

Lula ainda disse que o pacote tem mais duas frentes: a busca por novos mercados para que as empresas sobrevivam a longo prazo, e também um programa de intensificação de compras governamentais.

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Ponto a ponto da MP

Apelidada pelo governo de Brasil Soberano, a MP prevê uma série de ações com foco em auxiliar os pequenos empreendedores a diminuir os prejuízos causados pelas novas taxas. As medidas passam a valer imediatamente após a assinatura e precisaram ser aprovadas em até 120 dias pelo Congresso.

A MP passa a tramitar no Congresso com a criação de uma comissão mista, composta por deputados e senadores, que vão analisar o texto. Depois de aprovada no colegiado, a medida terá que ser aprovada também pelos plenários da Câmara e do Senado. Caso não seja votada em 120 dias, a MP perde a validade.

Um dos pontos que estão no texto é a concessão de linhas de crédito de R$ 30 bilhões para pequenos produtores afetados pelo tarifaço, conforme antecipado por Lula.

Entre os principais pontos da MP, estão:

  • Fundo de Garantia a Exportação (FGE): de acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), a partir de agora o FGE passa a operar em todo o setor de exportação no Brasil, não apenas aos setores ligados ao tarifaço. De acordo com ele, o governo entende que não é possível antever os problemas.
  • Seguro para Exportações: Haddad anunciou também que o governo vai oferecer um seguro para exportações com o objetivo de garantir que pequenos produtores possam operar em novos mercados.
  • Compras governamentais: medida deve ser destinada para pequenos produtores de produtos perecíveis ou que não têm outro destino além dos EUA, como é o caso de algumas frutas. A ideia é que o governo compre o excedente para que seja utilizado em merendas escolares e na alimentação de pessoas privadas de liberdade.
  • Ampliação do Reintegra: programa para pequenas empresas exportadoras que permite recuperar 3% dos tributos pagos ao longo da cadeia produtiva. Com a MP, todas as empresas terão acesso a medida. Micro e pequenas empresas devem recuperar 6% dos tributos pagos a partir da vigência da MP. Haddad afirmou, no entanto, que o mecanismo deve valer somente até o final de 2026.

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