Os mercados de câmbio e ações operaram no modo “aversão ao risco” nesta sexta-feira (20/6). Com isso, o dólar à vista registrou alta de 0,45% frente ao real, cotado a R$ 5,52. Já o Ibovespa, o principal índice de Bolsa brasileira (B3), fechou em queda de 1,09%, aos 137.209 pontos.
No acumulado, contudo, o dólar vem anotando baixas, na comparação com a moeda brasileira. O recuo foi de 0,32% na semana, de 3,38% no mês e de 10,60% no ano. No caso do Ibovespa, o balanço é de altas. As elevações foram de 1,10% na semana, de 1,23% no mês e de 15,32% no ano.
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Na avaliação de Alexsandro Nishimura, economista da Nomos, o dólar começou o dia em queda, refletindo o aumento do diferencial de juros entre Brasil e EUA, o que tende a atrair fluxo estrangeiro da moeda americana. “Mas o movimento virou para alta diante do aumento da cautela global, especialmente frente ao impasse geopolítico entre Irã e Israel”, diz.
O fato é que o mercado financeiro internacional tem sido fortemente impactado pelo confronto no Oriente Médio. Os investidores temem, notadamente, uma eventual participação direta dos Estados Unidos no conflito, embora ela ainda não pareça provável. Mas a mera hipótese do envolvimento americano nos combates é suficiente para aumentar a incerteza, o que leva à aversão ao risco.
Bolsa brasileira
Para Nishimura, a queda do Ibovespa “refletiu uma combinação de fatores locais e externos”. “No cenário doméstico, o aumento da Selic para 15% e o tom duro do comunicado do Copom (o Comitê de Política Monetária do Banco Central) derrubaram as expectativas de cortes de juros em 2025, reforçando o cenário de taxas elevadas por um período prolongado”, afirma. “Como consequência, ações mais sensíveis ao ciclo econômico, como as de varejo e dos bancos, foram pressionadas para baixo.”
Europa e EUA
As bolsas europeias, por sua vez, fecharam majoritariamente em alta nesta sexta-feira. Nesse caso, os investidores sentiram-se aliviados depois que os Estados Unidos adiaram a decisão de uma eventual intervenção direta no conflito entre Irã e Israel, no Oriente Médio. Na semana, no entanto, as bolsas europeias acumularam perdas.
Nos Estados Unidos, a sexta-feira foi de queda ou, no máximo, estabilidade entre os principais índices de Nova York. Pouco antes do fechamento, às 16h50, o S&P 500 anotava queda de 0,16% e o Nasdaq, que concentra empresas de tecnologia, apresentava recuo de 0,46%. O Dow Jones subia 0,13%, o que, na prática, indica que cotação se manteve estável.
Queda do ouro
Alguns indicadores mostram, porém, que o apetite pelo risco, se observada a semana, não foi tão ruim entre investidores. Um deles foi a queda da cotação do ouro. Nesta sexta-feira, o metal fechou em baixa de 0,65%, cotado a US$ 3.385,7 por onça-troy (o equivalente a 31,1 gramas). Ao longo da semana, ele acumulou recuo de 1,61%.
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