Dólar cai com desemprego no Brasil, Haddad e acordo entre EUA e China

O dólar operava em baixa nesta sexta-feira (27/6), em mais um dia movimentado no noticiário econômico, com os investidores dividindo a atenção entre a agenda doméstica e o cenário internacional.

No Brasil, o maior destaque é a divulgação de novos dados sobre o desemprego no país, por parte do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os investidores também monitoram as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que está em São Paulo e participa de um programa de TV, ao vivo, nesta tarde, em meio à crise entre governo e Congresso Nacional envolvendo a derrubada do decreto que aumentava as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

No exterior, as atenções se voltam para o acordo comercial entre Estados Unidos e China, anunciado pela Casa Branca na véspera e confirmado nesta sexta por Pequim.


Dólar


Ibovespa

  • As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.
  • Na véspera, o indicador fechou o pregão em alta de 0,99%, aos 137,1 mil pontos.
  • Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula ganhos de 0,06% no mês e de 13,99% no ano.

Desemprego no Brasil

De acordo com dados divulgados nesta manhã pelo IBGE, a taxa de desemprego no Brasil ficou em 6,2% em maio. A população desocupada (6,8 milhões) diminuiu 8,6% (menos 644 mil pessoas) em comparação com o trimestre de dezembro de 2024 a fevereiro de 2025 (7,5 milhões). Em relação ao mesmo período do ano anterior (7,8 milhões), houve queda de 12,3% (menos 955 mil pessoas).

Já a população ocupada (103,9 milhões) subiu 1,2% (mais 1,2 milhão de pessoas) no trimestre e 2,5% (mais 2,5 milhões de pessoas) no ano. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi de 58,5%, alta de 0,6% no trimestre (58%) e variando 1 ponto percentual no ano (57,6%).

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), do IBGE.

O resultado de maio veio abaixo da média das estimativas do mercado, que era de 6,4%. Em abril, o desemprego no país foi de 6,6%.

No ano passado, a quantidade de pessoas desocupadas (que não estavam trabalhando e que procuravam por emprego) totalizou 7,4 milhões e foi o menor contingente em uma década, ou seja, desde 2014 (7 milhões).

Haddad e a crise do IOF

Ainda no cenário doméstico, o mercado acompanha declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que participa ao vivo de um programa na GloboNews nesta tarde.

Na noite de terça-feira (25/6), a Câmara dos Deputados e o Senado derrubaram o decreto do governo federal que reajustava as alíquotas do IOF. A aprovação do PDL marca mais um capítulo na crise entre Executivo e Legislativo, em que parlamentares rejeitam as medidas fiscais propostas pelo governo para cumprir a meta fiscal e garantir déficit zero. Para tentar contornar o imbróglio, o governo apostou na liberação de emendas parlamentares. O montante de verbas empenhadas passa de R$ 1,7 bilhão.

A decisão também marcou a primeira vez, em mais de três décadas, que deputados e senadores rejeitam formalmente uma medida presidencial desse tipo. A última vez que isso ocorreu foi em 1992, no governo Fernando Collor de Mello. À época, o Congresso derrubou um decreto que alterava regras para o pagamento de precatórios, meses antes de a Câmara abrir o processo de impeachment contra o então presidente.

Desta vez, o motivo foi econômico: o decreto de Lula elevava o IOF sobre operações de crédito empresariais, o que gerou forte reação de setores produtivos e parlamentares. A Câmara aprovou a revogação com 383 votos favoráveis e 93 contrários. Horas depois, o Senado confirmou a anulação, em votação simbólica.

O governo estuda como reagir à derrubada do decreto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se reunir com a equipe econômica e articuladores políticos nesta quinta-feira. Segundo aliados, estão na mesa bloqueio do orçamento público, pressão sobre emendas, judicialização no Supremo Tribunal Federal (STF) e até reforma na Esplanada.

Acordo entre EUA e China

Um dia depois de o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, ter anunciado um acordo comercial com a China, autoridades do regime de Pequim confirmaram o entendimento nesta sexta-feira, indicando uma possível trégua na guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo.

No início do mês, representantes comerciais de EUA e China avançaram nas negociações em uma série de reuniões em Londres.

“Nos últimos dias, após a aprovação, ambas as partes confirmaram detalhes sobre o acordo”, informou um porta-voz do Ministério do Comércio da China, por meio de um comunicado.

“A parte chinesa analisará e aprovará os pedidos elegíveis para exportação de itens controlados, de acordo com a lei. A parte americana, consequentemente, cancelará uma série de medidas restritivas tomadas contra a China”, prossegue a nota.

Nessa quinta-feira (26/6), a Casa Branca anunciou que o governo norte-americano e a China “concordaram com um entendimento adicional para uma estrutura para implementar o acordo”.

O governo dos EUA disse ainda que o entendimento é “sobre como podemos implementar a agilização de remessas de terras raras para os EUA novamente”. “Eles vão nos entregar terras raras e, quando fizerem isso, retiraremos nossas contramedidas”, explicou Lutnick.

No começo do mês, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que os dois países haviam chegado a um acordo por meio do qual a China forneceria ímãs e minerais de terras raras e os EUA permitiriam a entrada de estudantes chineses em universidades.

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