O dólar operava em queda nesta terça-feira (24/6), em um dia no qual o mercado financeiro se divide entre acompanhar os desdobramentos da guerra entre Israel e Irã e o possível cessar-fogo no conflito e o noticiário doméstico, com a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).
Dólar
- Às 9h04, a moeda dos Estados Unidos recuava 0,31% e era negociada a R$ 5,486.
- Na véspera, o dólar fechou em baixa de 0,4%, cotado a R$ 5,503.
- Com o resultado, a moeda norte-americana acumula perdas de 3,77% em junho e de 10,96% em 2025.
Ibovespa
- As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.
- No dia anterior, o indicador terminou o pregão em queda de 0,41%, aos 136,5 mil pontos.
- Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula baixa de 0,35% no mês e alta de 13,52% no ano.
Cessar-fogo ainda é incógnita
Na véspera, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou que foi acordado um cessar-fogo entre israelenses e iranianos. Os países envolvidos no conflito inicialmente não confirmaram a informação.
O republicano fez o anúncio em sua rede social, a Truth Social. Trump afirmou que o cessar-fogo se iniciaria em aproximadamente em 6 horas, a partir das 19h15, horário do anúncio.
O Irã seria o primeiro que encerraria os ataques. Em seguida, Israel deveria parar. O presidente dos EUA também parabenizou Irã e Israel por terem “resistência, coragem e inteligência” para encerrar o que ele definiu como “a guerra de 12 dias”.
“O fim oficial da guerra de 12 dias será saudado pelo mundo. Durante cada cessar-fogo, o outro lado permanecerá pacífico e respeitoso”, disse Trump.
Críticas de Trump
Nesta terça-feira, no entanto, o próprio Trump deixou claro seu descontentamento com Israel e Irã pelo suposto não cumprimento do acordo, com ataques efetuados de parte a parte.
Trump afirmou que vai analisar como impedir os ataques: “Vou ver se consigo impedir isso”, falou com repórteres ao deixar a Casa Branca para participar da cúpula da Otan, na Holanda.
“Israel, não lancem essas bombas. Se fizerem, é uma grave violação. Tragam seus pilotos para casa, agora! Donald J. Trump, presidente dos Estados Unidos”, escreveu.
A declaração de Trump ocorre em meio às acusações de Israel contra o Irã, alegando que o regime iraniano violou o cessar-fogo imposto pelo presidente norte-americano e afirmando que responderá com ataques.
O exército israelense relatou dois mísseis lançados pelo Irã na manhã desta terça, o que provocou o disparo de sirenes no norte do país várias horas depois de Trump anunciar o plano de cessar-fogo.
O Irã, porém, rejeitou as alegações israelenses de que teria prosseguido com o disparo de mísseis.
Presidente do Fed fala ao Congresso
Ainda no cenário externo, as atenções dos investidores estão voltadas nesta terça-feira ao Congresso dos EUA, onde o presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) falará.
Jerome Powell participa de audiência em uma comissão da Câmara dos Representantes. A expectativa é a de que o chefe da autoridade monetária dê indicações sobre o que se pode esperar da trajetória dos juros no país.
Nos últimos dias, dirigentes do Fed admitiram publicamente a possibilidade de o órgão iniciar o ciclo de queda da taxa básica de juros já a partir da próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed, marcada para os dias 29 e 30 de julho.
Na semana passada, na quarta reunião do Fomc desde a posse de Donald Trump, o colegiado anunciou a manutenção dos juros básicos no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano. Foi a quarta reunião consecutiva na qual a autoridade monetária norte-americana manteve inalterada a taxa de juros.
Ata do Copom
Na agenda doméstica, o principal destaque do dia é a divulgação da ata da última reunião do Copom, realizada na semana passada. Na ocasião, o colegiado aumentou a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, para 15% ao ano. É o maior percentual em quase 20 anos, desde 2006.
No documento, o comitê diz que o ciclo de aperto monetário (aumento dos juros) foi “particularmente rápido e bastante firme”, mesmo vigente desde setembro. Segundo o Copom, “grande parte dos impactos da taxa mais contracionista ainda está por vir”.
Em função disso, o colegiado do BC comunicou a antecipação do fim do ciclo de elevação dos juros para avaliar os impactos acumulados “ainda a serem observados da política monetária”.
“O comitê avalia que, após um ciclo rápido e firme de elevação de juros, antecipa-se, como estratégia de condução de política monetária, interromper o ciclo de alta e observar os efeitos do ciclo empreendido para, então, avaliar se a taxa de juros corrente é apropriada para assegurar a convergência da inflação à meta”, afirma o Copom.
Além disso, a diretoria do BC frisou que seguirá “vigilante”, acrescentando que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado.
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