Dividendos da Petrobras decepcionam o mercado, e ação cai forte

Apesar de ter registrado um bom desempenho financeiro no segundo trimestre deste ano, a distribuição de proventos da Petrobras decepcionou o mercado, o que se refletia nas ações da empresa negociadas na Bolsa de Valores do Brasil (B3), na manhã desta sexta-feira (8/8), na abertura do pregão.

O Conselho de Administração da companhia aprovou o pagamento de dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP) no valor de R$ 8,66 bilhões. O anúncio foi feito pouco depois de a Petrobras anunciar que obteve um lucro líquido de R$ 26,7 bilhões no segundo trimestre de 2025.

O resultado da empresa reverteu o prejuízo de R$ 2,6 bilhões registrado no mesmo período do ano passado. Já em relação ao primeiro trimestre deste ano, o lucro da Petrobras teve uma queda de 24,3%.

Ainda segundo a Petrobras, o pagamento de proventos será equivalente a R$ 0,67192409 por ação ordinária e preferencial em circulação. O montante será pago como antecipação da remuneração aos acionistas referente ao exercício de 2025, com base no balanço do dia 30 de junho. Os proventos serão pagos em duas parcelas, em novembro e dezembro deste ano.

Ações em queda

Na abertura do último pregão da semana, nesta sexta, as ações da Petrobras operavam em queda. Por volta das 10h15 (pelo horário de Brasília), os papéis preferenciais da companhia recuavam 2,24%, cotados a R$ 31,80.

No mesmo horário, as ações ordinárias da empresa registravam queda de 2,33%, a R$ 34,78.

Mais tarde, às 11h30, a queda era de 4,5% (ações ordinárias) e 3,7% (preferenciais).

Mais cedo, pouco depois das 8 horas (também pelo horário de Brasília), os ADRs (American Depositary Receipts) negociados na Bolsa de Nova York operavam em baixa de 0,99%, a US$ 12,95.

Entenda

Os JCPs são um tipo de remuneração que a empresa distribui aos seus acionistas. Em linhas gerais, são juros com os quais as empresas remuneram o capital investido pelos sócios – como se o dinheiro aplicado pelos investidores fosse um empréstimo.

Na prática, trata-se de uma forma de distribuição de lucros alternativa aos dividendos. Ela foi criada para substituir o desconto da correção monetária na apuração do lucro real e na base de cálculo de impostos.

Os dividendos são a parcela do lucro líquido que uma empresa distribui aos seus acionistas. Também são chamados de dividendos os rendimentos distribuídos periodicamente pelos fundos imobiliários aos seus cotistas.

“O pagamento proposto está alinhado à Política de Remuneração aos Acionistas (Política) vigente, que prevê que, em caso de endividamento bruto igual ou inferior ao nível máximo de endividamento definido no Plano de Negócios em vigor (atualmente US$ 75 bilhões), e observadas as demais condições da Política, a Petrobras deverá distribuir aos seus acionistas 45% do fluxo de caixa livre. Esta distribuição não compromete a sustentabilidade financeira da companhia”, afirmou a Petrobras, em comunicado ao mercado.

Como será feito o pagamento

A primeira parcela, no valor de R$ 0,33596205 por ação ordinária e preferencial em circulação, será paga no dia 21 de novembro de 2025, integralmente sob a forma de Juros sobre Capital Próprio.

A segunda parcela, no valor de R$ 0,33596204 por ação ordinária e preferencial em circulação, será paga em 22 de dezembro de 2025 – sendo R$ 0,20092175 sob a forma de dividendos e R$ 0,13504029 sob a forma de Juros sobre Capital Próprio.

A data-base da posição acionária é o dia 21 de agosto de 2025, para os detentores de ações de emissão da Petrobras negociadas na B3, e data de registro em 25 de agosto de 2025, para os detentores de ADRs negociados na Bolsa de Nova York.

O DR é um certificado que representa ações de uma empresa. Ele é emitido no exterior por uma instituição depositária e negociado em países diferentes daquele de origem da companhia.

Para os detentores de ações de emissão da Petrobras negociadas na B3, o pagamento da primeira parcela será realizado no dia 21 de novembro de 2025, e o da segunda parcela, em 22 de dezembro.

Os detentores de ADRs receberão os pagamentos a partir de 1º de dezembro de 2025 e 30 de dezembro de 2025, respectivamente.

Análise

Segundo Bruno Benassi, analista de Ativos da Monte Bravo, o resultado da Petrobras veio, em geral, em linha com as expectativas do mercado na parte operacional, mas os dividendos decepcionaram.

“Receita e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) vieram em linha com o que a gente esperava, com destaque para o aumento na produção de óleo pela companhia, redução dos custos de extração de óleo e boa performance no segmento de refino”, afirmou.

“Os pontos negativos foram o aumento das despesas operacionais no braço de exploração e produção, que contrabalanceia o aumento de produção e redução de custos de extração.”

Para Benassi, “o dividendo anunciado foi em linha com a política de dividendos da companhia”, mas veio “ligeiramente abaixo do que o mercado esperava”.

Créditos da Noticias

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