Alunos montam caderno de desenhos com demandas e elogios sobre a região
Por Thaís Miranda, da Agência Brasília | Edição: Vinicius Nader
As crianças do Jardim de Infância 1 do Cruzeiro foram estimuladas a opinar sobre a gestão da Administração Regional do Cruzeiro | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília
Cerca de 25 crianças, de 4 e 5 anos, do Jardim de Infância 1 do Cruzeiro tiveram uma experiência diferente em sala de aula. Depois de conhecerem melhor as redondezas da escola, os meninos montaram um caderno de ilustrações com sugestões de benfeitorias e elogios sobre a região administrativa. O resultado final da obra foi apresentado ao administrador regional da cidade, Gustavo Aires, por meio do programa Plenarinha, da Secretaria de Educação.
Amanda Siqueira: “Eles montaram um livro com ilustrações do que mais gostam e do que precisa melhorar”
“Foi bastante emocionante. Quando falaram que iriam fazer essa visita, eu imaginei que seria só para conhecer a administração regional. Mas quando chegaram aqui com um caderno de reivindicações eu fiquei bastante satisfeito porque também tem elogios. Isso mostra que eles têm voz no nosso governo”, compartilhou Gustavo Aires.
O Programa Plenarinha, coordenado pela Secretaria de Educação, estimula a cidadania e a participação social desde a infância na rede pública. Neste ano, o tema foi “O mundo que eu vejo e o mundo que eu quero”. As crianças foram incentivadas a refletir sobre como contribuir para melhorar os espaços que frequentam.
“Primeiro, fizemos uma pesquisa dentro da escola, do que queríamos aqui, e depois caminhamos pelo Cruzeiro mostrando o que temos e conversando sobre o cuidado da cidade. Eles montaram um livro com ilustrações do que mais gostam e do que precisa melhorar”, explicou a diretora do Jardim de Infância 1 do Cruzeiro, Amanda Siqueira.Entre os pedidos que fazem parte do caderno de ilustrações, já foram atendidos os de aquisição de bolas de futebol e a instalação de 30 lixeiras com saquinhos para recolhimento de fezes de animais, a serem espalhadas por pontos estratégicos da cidade.
“Aqui em frente à escola tem uma área verde onde as pessoas passeiam com cachorros mas não recolhem os dejetos de seus pets. E isso estava nos pedidos dos alunos. Assim que soubemos disso, compramos 30 lixeiras e saquinhos para distribuirmos em pontos estratégicos para melhorar essa questão”, acrescentou o administrador regional. Além de questões práticas, algumas sugestões foram mais lúdicas para estimular também a criatividade nos meninos.
A aluna Roberta Almeida dos Santos, de 5 anos, sugeriu mais opções de lazer na escola. “Eu coloquei que precisava de um pula-pula e uma piscina para nadar. Desenhei as árvores porque gosto delas aqui na escola, elas são lindas”, disse a representante da turma.
Já o estudante Valentim Oliveira, também de 5 anos, desenhou uma pista de carros para que todos pudessem se divertir. “É muito interessante ver como eles percebem o dia a dia da cidade e se preocupam com o entorno, mesmo com a inocência de quem ainda é pequeno”, comentou Gustavo Aires.
Valentim Oliveira desenhou uma pista de carros para todos se divertirem
As demandas foram encaminhadas ao presidente da Novacap, Fernando Leite, que reforçou o valor da participação das crianças. “As solicitações chegaram com um olhar e de uma forma diferenciados, por meio da ótica dessas crianças. Isso é um exemplo de como a escola vem preparando as nossas crianças e as ensinando a cuidar da nossa cidade e se tornarem cidadãos conscientes de seus direitos e deveres. Vamos apreciar ainda com mais carinho cada pedido feito”, afirmou.
Participação cidadã desde cedo
O programa Plenarinha tem como objetivo estimular a cidadania e a participação social desde a infância. Ele é voltado a crianças da educação infantil e do primeiro ano do ensino fundamental.
A ideia é despertar nas crianças a consciência sobre a comunidade, o espaço em que vivem e suas responsabilidades como cidadãos, por meio de atividades pedagógicas que incentivem a reflexão e a expressão de ideias — seja sobre a escola, o bairro ou temas da vida em sociedade.
O objetivo não é apenas apontar problemas, mas pensar em formas de contribuir para melhorar aspectos ao redor de onde estudam.
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