A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a venda de parte do Grupo Pão de Açúcar (GPA) ao Grupo Coelho Diniz.
Integram o grupo os empresários André Luiz Coelho Diniz, Alex Sandro Coelho Diniz, Fábio Coelho Diniz, Henrique Mulford Coelho Diniz e Helton Coelho Diniz. Apesar do mesmo sobrenome, não há nenhum parentesco com Abilio Diniz, antigo controlador do Pão de Açúcar, que morreu no ano passado.
Entenda a operação
A operação analisada pelo Cade envolve a compra de uma participação na Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), considerada a “sociedade-mãe” do Grupo Pão de Açúcar.
Assim, a família Coelho Diniz passou a deter 24,5% das ações na CBD, ante 22,5% do grupo francês Casino, ex-controlador do Pão de Açúcar.
Os Diniz, com isso, se tornam os maiores acionistas do GPA. Até meados do mês passado, a família detinha 17,7% das ações do grupo.
A autorização do Cade à operação foi publicada na edição desta terça-feira (2/9) do Diário Oficial da União.
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O que diz o Cade
Na decisão, a superintendência do Cade afirma que a operação “não acarreta sobreposição horizontal nem integração vertical”, já que a CBD e o Grupo Coelho Diniz possuem supermercados em cidades diferentes.
O órgão do Cade também destacou que nenhuma empresa dos Coelho Diniz fornece produtos para outros supermercados que não sejam controlados integralmente pela família.
“Sendo assim, entende-se que a operação configura mera substituição de agente econômico, não demandando, deste modo, uma análise mais aprofundada dos mercados envolvidos”, apontou o Cade.
Entre os principais negócios da família, está a rede de supermercados Coelho Diniz, que conta atualmente com 22 lojas no estado de Minas Gerais.
Conselho de Administração
Na semana passada, acionistas da família Coelho Diniz pediram a convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para tratar de uma eventual destituição integral do Conselho de Administração e da eleição de novos membros para o colegiado do Grupo Pão de Açúcar.
Segundo comunicado divulgado pela companhia ao mercado, o objetivo das possíveis mudanças seria buscar uma representatividade no conselho proporcional à atual participação acionária da família, “o que se dará por meio da oportuna indicação de pessoas com qualificação técnica, com reforço de competências específicas, em linha com os desafios vislumbrados para a companhia”.
No documento ao mercado, a empresa afirmou que, além de analisar o pedido apresentado pela família, a pauta da assembleia deve incluir a eleição de membros e respectivos suplentes para o Conselho Fiscal da companhia – após as renúncias de André Francez Nassar e Diego Xavier Mendes.
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