Os principais índices das bolsas de valores da Europa abriram a semana no vermelho, nesta segunda-feira (25/8), em um movimento de correção nos mercados após a euforia gerada pelas declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) na última sexta-feira (22/8).
O que aconteceu
- O índice Stoxx 600, que reúne ações de 600 empresas europeias listadas em bolsas, fechou em queda de 0,44%, aos 558,8 pontos.
- O setor bancário teve perdas de 0,89%, enquanto as ações do segmento de óleo e gás recuaram 0,86%.
- Na Bolsa de Frankfurt, na Alemanha, o índice DAX caiu 0,37%, aos 24,2 mil pontos.
- Na Bolsa de Paris, o índice CAC 40 tombou 1,59%, aos 7,8 mil pontos.
- Em Madri, o Ibex 35 fechou em baixa de 0,85%, aos 15,2 mil pontos.
- A Bolsa de Valores de Londres esteve fechada nesta segunda-feira por causa de um feriado bancário.
Otimismo com queda de juros nos EUA
Na última sexta-feira, em sua fala no Simpósio de Jackson Hole, conferência anual nos EUA que conta com a participação de dirigentes do Fed, Jerome Powell não cravou que os juros cairão no mês que vem, mas indicou que existe essa possibilidade. Foi o bastante para o otimismo tomar conta do mercado, o que levou à queda do dólar frente ao real e à disparada da bolsa brasileira.
“Embora o mercado de trabalho pareça estar em equilíbrio, trata-se de um equilíbrio curioso, resultante de uma desaceleração acentuada tanto na oferta quanto na demanda por trabalhadores”, afirmou Powell em seu discurso no simpósio do Fed.
Para o presidente do Fed, “essa situação incomum sugere que os riscos de queda no emprego estão aumentando”. “E, se esses riscos se materializarem, poderão fazê-lo rapidamente”, disse.
Powell prosseguiu: “Também é possível, no entanto, que a pressão de alta sobre os preços, devido às tarifas, possa estimular uma dinâmica inflacionária mais duradoura, e este é um risco a ser avaliado e administrado”.
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“A estabilidade da taxa de desemprego e outras medidas do mercado de trabalho nos permitem prosseguir com cautela ao considerarmos mudanças em nossa política monetária. No entanto, com a política em território restritivo, a perspectiva básica e a mudança no equilíbrio de riscos podem justificar ajustes em nossa postura”, completou o chefe da autoridade monetária norte-americana.
As declarações do presidente do Federal Reserve indicam que é real a possibilidade de a autoridade monetária iniciar o ciclo de queda da taxa de juros a partir da próxima reunião, nos dias 16 e 17 de setembro.
No fim de julho, o Fed anunciou a manutenção dos juros básicos no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano. A próxima reunião do Fed para definir a taxa de juros acontece nos dias 16 e 17 de setembro.
O Índice de Preços ao Consumidor nos EUA (CPI, na sigla em inglês), que mede a inflação no país, ficou em 2,7% em julho, na base anual, mesmo resultado registrado em junho. Na comparação mensal, o índice foi de 0,2%, ante 0,3% em junho.
A meta de inflação nos EUA é de 2% ao ano. Embora não esteja nesse patamar, o índice vem se mantendo abaixo de 3% desde julho de 2024. A elevação da taxa de juros é o principal instrumento dos bancos centrais para conter a inflação.
Até o fim de 2025, o BC dos EUA tem programadas mais três reuniões de política monetária – em setembro, outubro e dezembro. Nas últimas semanas, ganhou força entre os analistas do mercado a tese de que o Fed deve começar a baixar os juros possivelmente a partir da próxima reunião, no mês que vem.
De acordo com economistas e analistas consultados pela reportagem do Metrópoles, embora a maioria do mercado já apostasse no início do ciclo de cortes pelo Fed, a fala do chefe da autoridade monetária foi considerada ainda mais enfática nessa direção.
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