Os mercados de câmbio e ações voltaram a operar no “modo bom humor” no Brasil nesta sexta-feira (7/11). Com isso, o dólar registrou queda de 0,22% em relação ao real, cotado a R$ 5,33. Mais surpreendente foi o Ibovespa. Ele bateu o décimo recorde seguido, ao fechar em alta de 0,47%, atingindo a marca inédita de 154.063,53 pontos.
Além disso, o principal índice da Bolsa brasileira (B3) anotou a 13ª alta seguida. Essa foi a maior sequência de ganhos em 31 anos, ou seja, desde a série de 15 elevações sucessivas anotadas entre maio e junho de 1994.
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Nesta sexta-feira, as ações da Petrobras ficaram entre os principais destaques positivos do Ibovespa. Os papéis da companhia têm forte peso no índice. As preferenciais (que não dão direito a voto em assembleias) subiram 3,51%. Na véspera, a empresa anunciou um lucro líquido de US$ 6,02 bilhões no terceiro trimestre deste ano, o que representou uma alta de 2,7% na comparação com o mesmo período de 2024.
Dólar
Na avaliação de Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, o recuo do dólar no Brasil seguiu um movimento global. O índice que mede a confiança do consumidor na economia, medido pela Universidade de Michigan, caiu para 50,3 em novembro, abaixo da previsão de 54,2, reforçando sinais de desaceleração econômica no país.
Ele observa que aumentam no mercado as apostas em novos cortes das taxas de juros dos Estados Unidos, apesar de recentes declarações mais duras do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, e de outros integrantes do órgão. Shahini nota que, com isso, o mercado de títulos do Tesouro americano, os Treasuries. segue devolvendo prêmios, o que reduz a atratividade do dólar e favorece moedas emergentes como o real.
“Rali” no Ibovespa
No caso do Ibovespa, Pedro Moreira, sócio da ONE Investimentos, acredita na formação de um “rali” na Bolsa de Valores. “Rali” é o termo usado pelo mercado para identificar momentos em que os preços das ações sobem e existe a perspectiva de tal tendência se manter por um período razoável de tempo.
“Podemos esperar para o final do ano um rali”, diz Moreira. “Temos um momento positivo para o Brasil, com o país discutindo as relações tarifárias com os Estados Unidos e caminhando até para um possível acordo. É um cenário totalmente diferente do que vimos meses atrás e isso traz um humor positivo para o Ibovespa.”
Para o analista, a questão fiscal brasileira era uma pendência no mercado, mas ela foi, ao menos momentaneamente, postergada. “A situação fiscal neste ano continuou no mesmo patamar”, afirma. “Então, o mercado aceitou que o atual governo não faria nenhum tipo de ajuste.”
Juros altos
Para muitos analistas, tanto o câmbio como o Ibovespa também estão se favorecendo da taxa básica de juros do país, a Selic, confirmada em 15% ao ano na quarta-feira (6/11) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Nesse patamar, o país tem o segundo juro real mais alto do mundo (só perde para a Turquia) o que aumenta o diferencial em relação a outras economias, estimulando operações de carry trade.
O carry trade consiste numa estratégia adotada por investidores. Nesse caso, eles tomam dinheiro emprestado em um país com juros baixos e aplicam esses recursos em outro mercado, onde as taxas são mais altas.







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