Bolsa bate o 7º recorde desde julho. Dólar mantém-se estável a R$ 5,32

O Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), bateu o sétimo recorde de pontuação desde julho, ou seja, em pouco mais de dois meses, sendo quatro deles nesta semana. Nesta sexta-feira (19/9), ele avançou 0,23%, alcançando a nova máxima histórica de 145.832 pontos. O dólar registrou leve alta de 0,10%, cotado a R$ 5,32. Por ser pequena, a variação indicou estabilidade da moeda americana frente ao real.

Tanto o avanço do Ibovespa como a tendência de queda da cotação do dólar frente ao real acentuaram-se desde meados de agosto. Isso ocorreu à medida que se tornou mais claro para o mercado que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) iria iniciar um ciclo de cortes dos juros americanos.

Tal perspectiva foi confirmada na quarta-feira (17/9), com a redução da taxa dos EUA em 0,25 ponto percentual, ficando no intervalo de 4% e 4,25% ao ano. Há ainda a previsão de mais duas baixas até o fim do ano, em outubro e dezembro.

A queda dos juros nos EUA, associada à manutenção em 15% ao ano da taxa básica do Brasil, a Selic, também anunciada na quarta-feira pelo Banco Central (BC) brasileiro, estimula um maior fluxo de recursos para o mercado nacional. Tal movimento ocorre de pelo menos duas maneiras.

Com as taxas mais baixas nos EUA, e mantidas nas alturas no Brasil, aumenta o “diferencial de juros” entre os dois países. Essa desproporção faz com que investidores globais tomem empréstimos em países com juros baixos – nos EUA, por exemplo –, para aplicar em mercados com taxas mais altas – como o Brasil. Esse tipo de operação é conhecida como “carry trade”.

Apetite por risco

Além disso, a redução dos juros nos EUA faz com que os investimentos em títulos do Tesouro americano, os Treasuries, fiquem menos atrativos. Com isso, a tendência é que aumente o interesse dos agentes econômicos por aplicações em ativos de risco, como as ações negociadas em bolsas, notadamente em países emergentes, caso do Brasil. No jargão, diz-se que tal cenário aumenta o “apetite por risco” dos investidores.

Daí, em grande medida, os sucessivos recordes quebrados da pontuação do Ibovespa. De acordo com levantamento da consultoria Elos Ayta, a escalada das máximas desde julho foi a seguinte:

  • 4 de julho – 141.263,56 pontos
  • 29 de agosto – 141.422,26 pontos
  • 5 de setembro – 142.640,14 pontos
  • 15 de setembro – 143.546,58 pontos
  • 16 de setembro – 144.061,44 pontos
  • 17 de setembro – 145.593,63 pontos
  • 19 de setembro – 145.832,96 pontos

Na avaliação de Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, o mercado teve nesta quarta-feira “mais um pregão de otimismo com fluxo para ativos de risco”. Ela observa que isso ocorreu, em resposta às sinalizações do Fed de maior afrouxamento monetário. “Os índices de ações americanos renovam as máximas históricas, assim como o Ibovespa, em meio à expectativa de mais cortes nas Fed Funds (os juros), criando um ambiente de maior atratividade dos ativos arrojados em relação à renda fixa americana, além de estímulos à atividade e queda nos custos de financiamento”, diz a analista.

Adicionalmente, acrescenta Paula, a “aparentemente bem-sucedida reunião entre o presidente americano Donald Trump e o chinês Xi Jinping ”provocou alívio em relação a uma das incertezas atuais do mercado”. “Trata-se da conturbada relação entre EUA e China, que ainda não alcançaram um acordo comercial consolidado”, afirma.

Dólar

Nesta sexta-feira, a cotação do dólar também foi favorecida por dois leilões de linha simultâneos realizados pelo Banco Central. Nesse tipo de operação, o BC estabelece a data em que vai recomprar a moeda americana. Ela ocorre quando há forte demanda por dólares no mercado à vista. De acordo com a autarquia, a oferta foi feita ao mercado com o objetivo da rolagem de vencimentos em 2 de outubro de 2025.

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