Bolsa atinge máxima histórica com recuo de Lula em pesquisa eleitoral

O Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), ficou muito próximo de bater um novo recorde de fechamento nesta quinta-feira (28/8). Ele encerrou a sessão em alta de 1,32%, aos 141.049 pontos. Antes disso, o melhor desempenho do indicador havia sido de 141,263 pontos, alcançado em 3 de julho.

Ao longo do pregão, porém, o Ibovespa chegou à marca histórica de 142.027 pontos, com salto de 2,03%. O último recorde “intradia” (ou seja, durante o desenrolar da sessão) foi registrado em 4 de julho, quando atingiu 141.563 pontos.

O dólar, por sua vez, registrou queda de 0,19% frente ao real, cotado a R$ 5,40. Na véspera, a moeda americana também encerrou o pregão em baixa de 0,32%, a R$ 5,41.

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Na avaliação de analistas, um dos principais vetores do Ibovespa no pregão desta quinta-feira foi a divulgação de uma pesquisa eleitoral. Levantamento divulgado pela AtlasIntel mostrou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à frente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma simulação de segundo turno numa eventual disputa pelo Palácio do Planalto.

PIB dos EUA

No cenário internacional, os investidores acompanharam a divulgação do dado revisado do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos. Ele registrou alta anualizada de 3,3% no segundo trimestre de 2025, de acordo com a segunda estimativa, veiculada pelo Departamento de Comércio americano nesta quinta-feira. A primeira leitura, feita há cerca de um mês, apontou um avanço de 3%.

Apesar da alteração, que indica uma economia ainda aquecida, o mercado praticamente manteve intactas as apostas de um corte nos juros por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em setembro. De acordo com a ferramenta de monitoramento do Fed do CME Group, às 16h20, as chances de uma redução de 0,25 ponto percentual no próximo mês caíram pouco, baixando de 87,3% para 86,1%.

Reação do mercado

Para Gabriel Filassi, especialista em investimentos da AVG Capital, o Ibovespa superou os 142 mil pontos durante o pregão, renovando máximas históricas, puxado pela pesquisa eleitoral. “É um fato visto como positivo pelo mercado”, diz.

Filassi acrescenta que o índice também foi impulsionado – e ajudou a derrubar o dólar – pela manutenção da expectativa de corte de juros na economia americana. “Ela reforça o otimismo global, repercutindo positivamente aqui, já que boa parte do capital estrangeiro, em momento de queda de juros nos EUA, migra para emergentes”, afirma.

Combinação de fatores

Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, observa que o Ibovespa operou em “alta firme, a caminho para encerrar o pregão próximo do recorde histórico”, com uma combinação de fatores domésticos e externos. “Eles reforçam o apetite por risco dos investidores”, diz.

Shahini considera que a expectativa de início do ciclo de flexibilização monetária, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, tem se refletido em quedas expressivas nos contratos de DI futuro, principalmente nos de prazos mais longos.

“Além disso, o avanço do debate eleitoral, com a leitura de que o governador de São Paulo vem se consolidando como principal nome da oposição, impulsiona o mercado e leva à valorização da maioria dos papéis que compõem o índice”, afirma. “Nesse ambiente de maior apetite por risco dos ativos locais, o dólar recua, acompanhando o movimento positivo da Bolsa.”

Créditos da Noticias

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